domingo, 1 de abril de 2018

Controle do PSDB e mais aliados dão fôlego

Alckmin tem bons palanques em São Paulo e Minas Gerais

Silvia Amorim | O Globo

SÃO PAULO - Comando do PSDB, palanques garantidos em São Paulo e Minas Gerais e uma coligação mais robusta são algumas das vantagens que o pré-candidato Geraldo Alckmin 2018 terá em comparação ao de 2006. Para aliados, ter o controle do partido no momento em que disputará a mais difícil eleição da sua vida dá a Alckmin uma tranquilidade que ele não teve em sua estreia nacional, 12 anos atrás.

Políticos que participaram da campanha tucana em 2006 lembram do isolamento político do governador no próprio partido. O racha interno é apontado por muitos como fator decisivo para a derrota vexatória para Lula no segundo turno — Alckmin teve menos votos do que no primeiro turno.

— Como ele não tinha apoio de fato das grandes lideranças do PSDB, era uma candidatura solitária. Hoje a situação é infinitamente melhor. Ele controla o partido e sua candidatura tem apoio majoritário — diz um ex-auxiliar.

O engajamento partidário maior também amplia a cobrança por uma vitória. Se perder, Alckmin dificilmente terá espaço dentro do partido para uma nova candidatura presidencial.

— O PSDB naquele ano fingiu que fez mas, na verdade, não fez campanha para o Alckmin. O Aécio (Neves) brincou de apoiá-lo — lembra o secretário nacional do PTB e amigo do tucano, Campos Machado.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) era candidato à reeleição como governador em 2006 e foi acusado de ter ajudado Lula em vez de apoiar Alckmin. Aliados do pré-candidato também se ressentem até hoje da postura pouco engajada do então candidato ao governo de São Paulo, José Serra.

PALANQUES MELHORES
São Paulo e Minas são os dois maiores colégios eleitorais do país. Para este ano, Alckmin tende a ter palanques mais sólidos e confiáveis com o prefeito paulistano, João Doria, e o senador Antonio Anastasia como cabos eleitorais.

A perspectiva também é boa para a aliança nacional. Se em 2006, Alckmin teve somente o apoio do PFL, hoje ele tem a expectativa de ter ao menos cinco siglas e mais tempo de TV.

Outro vento que sopraria a favor é o desgaste do PT.

— Em 2006, ele visitava o Nordeste e a gente sentia que era luta perdida. A Lava-Jato e a recessão econômica quebraram um pouco isso — avalia o assessor de imprensa de Alckmin naquela campanha, Luiz Salgado Ribeiro.

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