Marianna Holanda | O Estado de S.Paulo
A candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) ao Palácio do Planalto nas eleições 2018 é vista pelo sistema partidário como sendo de “alto risco”, segundo cientistas políticos ouvidos pelo Estado.
Para o professor da USP Glauco Peres, o cálculo que os partidos têm feito é se vale a pena apoiá-lo, já que, por causa da reforma eleitoral, as candidaturas para o Legislativo passaram a ser prioridade. “Bolsonaro é um candidato de alto risco. Os partidos agora têm menos dinheiro e querem sobreviver à cláusula de barreira. Apesar de ele estar bem na pesquisa, a chance de chegar ao segundo turno e vencer tem muito risco associado”, afirmou Peres.
O professor da UnB David Fleischer avaliou que o problema é que as siglas não têm um “candidato agregador”. Os presidenciáveis Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Geraldo Alckmin (PSDB) não cumpririam esse papel, segundo ele. “Bolsonaro é tóxico e os partidos têm medo de isso prejudicar suas outras candidaturas”, disse Fleischer.
Na avaliação de Carlos Melo, do Insper, Bolsonaro está “confinado” num campo significativo, mas restrito da sociedade. Segundo ele, para grande parte dos partidos, pouco interessa apostar num eventual “campeão” de primeiro turno que fique no meio do caminho, no segundo turno. “Políticos fazem a conta e são avessos a riscos.”
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