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O ponto da situação
“Estamos às vésperas de grandes acontecimentos, só não sabemos quais”, observou numa roda de amigos, ontem à noite, em Brasília, o mineiro Roberto Brandt, ex-ministro da Previdência e Assistência Social do governo Fernando Henrique Cardoso.
Brandt conheceu de perto os pernambucanos Thales Ramalho e Marco Maciel, figuras célebres da transição da ditadura militar de 64 para a Nova República do presidente que morreu sem tomar posse, Tancredo Neves – Thales no MDB, Maciel na ARENA.
Em certos momentos, Thales dizia que quem achava que sabia tudo é porque estava mal informado. E Maciel, que tudo podia acontecer, inclusive nada. A pouco mais de dois meses das eleições de outubro, tudo pode acontecer, mas ninguém se arrisca a dizer o quê.
+ Dentro do PT, a balança se inclinou na direção da escolha de Jaques Wagner, ex-governador da Bahia, para substituir Lula tão logo a Justiça impeça a candidatura do ex-presidente. Antes de ser preso, Lula gravou um vídeo de apoio a Wagner.
+ O Partido Comunista do Brasil (PC do B) rifou a candidatura de Manuela d’Ávila a presidente. Quer emplacá-la como candidata a vice de Wagner.
+ Encantado com o que ouviu do banqueiro Benjamin Streinburg, o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do Partido Popular, comprometeu-se a apoiar a candidatura a presidente de Ciro Gomes (PDT). Assim como Paulinho da Força, presidente do Solidariedade, outro seduzido por Streinburg.
+ O Democratas (DEM) oscila entre Ciro e Geraldo Alckmin (PSDB). Se depender de Rodrigo Maia (RJ), presidente da Câmara, irá para Ciro – embora o pai dele, o vereador César Maia, seja contra. Se depender de ACM Neto, prefeito de Salvador e presidente do partido, o DEM irá para Alckmin.
+ O Partido da República (PR) do ex-mensaleiro Valdemar Costa Neto está aberto a propostas. Quem oferecer a maior leva. Streinbug está empenhado em levá-lo para o lado de Ciro.
+ O ex-ministro Henrique Meirelles conta com larga maioria de votos para sair da convenção do PMDB como candidato à sucessão do presidente Michel Temer. O difícil é que o PMDB saia junto com ele. Cada seção estadual do PMDB acabará apoiando quem quiser.
+ Jair Bolsonaro (PSL) já pescou nas redes sociais o apoio que poderia obter. Não cresce desde janeiro último. Não terá tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão, a não ser por poucos segundos. E por não ter, apanhará dos outros sem poder se defender. Segue à procura de um vice depois de ter perdido dois.
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