Blog do Noblat / Metrópoles
Um deles foi dado pelo comandante do
Exército, na solenidade do Dia do Soldado
O presidente da República, que diz jogar
dentro das quatro linhas da Constituição, mas que só tenta alargá-las para
sentir-se mais confortável e – quem sabe? – reeleger-se ano que vem, colheu
mais três reveses e num único dia.
Dois foram “nãos” diretos, e um indireto.
Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado, recusou o pedido de Bolsonaro
para abrir um processo de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do
Supremo Tribunal Federal (STF).
Pacheco arquivou o pedido por falta de
fundamentos jurídicos, por não ver razões para tanto, e porque ainda diz
acreditar no entendimento entre os Poderes da República. O senador é aspirante
a candidato à sucessão de Bolsonaro.
O ministro Edson Fachin, do STF, arquivou ação
impetrada pelo presidente para barrar inquéritos abertos pelo Supremo sem ouvir
antes o Ministério Público. O tribunal, no ano passado, por unanimidade,
deliberou que isso é possível, sim.
O terceiro “não” a Bolsonaro, esse
indireto, foi dado pelo general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, comandante
do Exército, na solenidade em homenagem ao Dia do Soldado. Estava previsto um
discurso do presidente, que preferiu cancelá-lo.
O Dia do Soldado coincide com a data de nascimento do marechal Duque de Caxias, o patrono do Exército. O que disse o general Paulo Sérgio está na contramão das falas de Bolsonaro hostis à democracia. Frases do general:
“[Um Exército] forte, capaz e coeso, respeitado
nacional e internacionalmente”;
“[Um
Exército] sempre pronto a cumprir a sua missão, delegada pelos brasileiros na
Carta Magna. A defesa da pátria e a garantia dos poderes constitucionais, da
lei e da ordem”;
“[Um Exército] historicamente reconhecido por
suas virtudes cívicas, éticas e morais, que Caxias soube tão bem praticar!”;
[Um Exército dotado do] “espírito patriótico,
pacificador e conciliador do Duque de Caxias”;
[Um Exército que tem] “compromisso com os
valores mais nobres da pátria e com a sociedade brasileira, em seus anseios de
tranquilidade, estabilidade e desenvolvimento”.
O que Lula acalenta para as eleições de
2022 em Pernambuco
Quando Monteiro estava indo da direita para
a esquerda, ela veio ao seu encontro
José Múcio Monteiro, ex-presidente do
Tribunal de Contas da União, é um nome cotado por Lula para o governo de
Pernambuco nas eleições do ano que vem. Ele foi ministro das Relações
Institucionais no segundo governo do ex-presidente.
Ex-filiado à ARENA (1966-1979), ao PDS
(1980-1991), ao PFL (1991-2001), ao PSDB (2001-2003) e ao PTB (2003), Monteiro
assim explicou certa vez sua mudança de posição:
– Eu sonhava sair da direita e ir para a
esquerda, mas quando estava indo ela veio.
O sonho de Lula para Pernambuco seria
montar uma chapa ampla para as eleições locais que reunisse nomes do PSB, que
há quase 16 anos governa o Estado, PT, PC do B e quem mais concorde em apoiá-lo
para a sucessão de Bolsonaro.
O nome de Monteiro, se depender só de Lula,
seria um deles.
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