O Estado de S. Paulo.
Os candidatos tratam os eleitores com a certeza de que eles gostam de ser enganados
Para quem acompanha a política econômica de
perto há 25 anos, é desanimador ver que os primeiros dias da campanha eleitoral
para a Presidência da República tenham sido marcados por promessas velhas e
empacotadas para enganar os eleitores. A mais emblemática delas é a promessa de
correção da faixa de isenção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física
(IRPF).
Nas eleições de 2018, esse foi o tema que
“dominou” a campanha e as promessas na reta final da campanha. Na época,
Bolsonaro foi o primeiro a prometer a correção da faixa de isenção para cinco
salários mínimos. Fernando Haddad logo seguiu o seu adversário fazendo a mesma
promessa.
Agora, o tema volta à tona como se fosse ponto central e decisivo para os rumos do País. Bolsonaro prometeu e não fez nenhuma correção. Zero. Poderia ter começado desde o início do seu mandato.
Em 2022, promoveu diversas benesses:
aumentou o dinheiro para emendas parlamentares secretas, concedeu subsídios,
não trabalhou nenhum minuto sequer para cortar renúncias tributárias e
“esqueceu” de cumprir a promessa no último ano do governo.
A proposta de correção da faixa de isenção
chegou a ser incluída no projeto de reforma do Imposto de Renda, parado no
Senado. Aumento previsto de R$ 1,9 mil para R$ 2,5 mil.
A campanha oficial começa eéo mesmo
repeteco. Bolsonaro protocolou no TSE o programa coma previsão de isenção de
até cinco salários mínimos.
Não definiu a fonte de recursos. Foi uma
decisão de última hora. A minuta preliminar do programa previa a isenção até R$
2,5 mil mensais.
O ex-presidente Lula seguiu o mesmo
caminho. Falou que quer isentar quem ganha até R$ 5 mil.
Nenhum cumprirá a promessa. Não apenas
porque a correção para R$ 5 mil custa muito caro, mas a razão é que, do ponto
de vista tributário, há outras prioridades para garantir maior eficiência e
progressividade ao sistema. Por mais que a tabela esteja defasada.
É natural que os candidatos não queiram dar
detalhes de medidas para não desagradar, mas um debate sobre o futuro do País nos
próximos anos nesse nível é muito raso.
Os candidatos tratam os eleitores
brasileiros com a certeza de que eles gostam mesmo é de ser enganados. Tudo
indica que é a pura verdade.
O festival de promessas de redução de impostos foi disparado na eleição. Candidato a governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas deu o tom. Prometeu um “revogaço” de impostos no maior Estado do País. Quem acredita?
3 comentários:
Cara jornalista por saber que a sua coluna é muito lida, peço desculpa de tratar de um outro assunto que gostaria de vê-la comentar.
É sobre a perseguição do governo socialista de Daniel Ortega na Nicarágua aos cristãos católicos.
Padres e bispos estão em prisão domiciliar, outros padres e leigos estão presos ou desaparecidos sequestrados
As igrejas estão sendo vandalizadas e queimadas , é proibido realizar missa , Está um verdadeiro terror para os cristãos na Nicarágua , recentemente o Lula defendeu Ortega dizendo que ele e Angela Merkel estavam há 16 anos comparando um ditador com uma democrata o Lula emprestou dinheiro pra Nicarágua quando o presidente e atualmente não levantar a voz para essas injustiças gostaria que você abordasse esse assunto tão importante
Obrigado
Prezada jornalista, solicito sua atenção para a denúncia de que um dos candidatos mais fortes desta eleição, que inclusive tem intenção de chegar ao segundo turno, seria Tchutchuca do Centrão... Procede esta informação? Agradeço sua atenção!
Ninguém é louco de dizer a verdade,rs.
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