quarta-feira, 30 de julho de 2008

DEU NO JORNAL DO BRASIL


GABEIRA: "SEM A IMPRENSA, NÃO QUERO IR"
Fred Raposo

Um dia após considerar a adoção de uma força-tarefa como solução "paliativa", o deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) afirmou ontem que não entrará em comunidades em que se sinta ameaçado ou onde precise ser escoltado por autoridades.

-Acho indelicado pedir ajuda neste momento. De que adianta subir o morro até certo ponto com o fotógrafo para, logo em depois, ele ser impedido de continuar, e eu ter que seguir sozinho? Sem a imprensa não quero ir – enfatizou Gabeira.


Aheios à reunião entre a Justiça Eleitoral, a Polícia Federal e a Secretaria de Segurança Pública – que ocorria alguns andares abaixo, no prédio do TRE – Gabeira, seu vice, deputado Luiz Paulo Correa da Rocha e o ex-governador Marcello Alencar conversaram com o juiz Luiz Márcio Victor Alves Pereira, que coordena a fiscalização da propaganda no Estado, a corregedora regional eleitoral, juíza Jacqueline Montenegro, e com o presidente do órgão, Roberto Wider.

- Viemos constatar que há falta de liberdade, que não temos o direito de ir e vir por causa do tráfico ou da milícia. Não viemos pedir proteção para entrar em lugar algum. Se disserem que não podemos subir, a gente volta porque não queremos colocar a vida de ninguém em risco - disse Luiz Paulo.

Gabeira assinalou que a ida dos candidatos às comunidades, junto com a polícia, pode representar ameaça para os próprios moradores, que ficariam desguarnecidos após a saída do grupo.

– Entrar nas comunidades com uma força policial é um entendimento equivocado. Depois todo mundo vai embora, menos o morador, que permanece lá em cima – ponderou o candidato.

O deputado negou que tenha tido problemas com a milícia ou traficantes em sua campanha até o momento. Especulava-se que a agenda de Gabeira para o fim de semana incluiria ida à Vila Cruzeiro, onde jornalistas foram intimidados. Gabeira não confirmou o compromisso, mas fez críticas ao rumo que a eleição está tomando.


– A conclusão é que esta não pode ser uma eleição totalmente democrática.

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