Substituição de superintendente em Mato Grosso do Sul levou peemedebista a acusar governo de romper compromisso
Roberto Maltchik, Gerson Camarotti
l BRASÍLIA. A indicação do novo superintendente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa ) em Mato Grosso do Sul acirrou ainda mais os ânimos na já tumultuada relação entre PMDB e PT no governo Dilma Rousseff. A nova crise foi instalada depois que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, atendeu ao pedido do senador Delcídio Amaral (PT-MS) para nomear o petista Pedro Teruel, no lugar de Flávio Britto Neto (PMDB), conforme antecipou ontem a coluna Panorama Político, do GLOBO.
Britto era da cota do governador André Puccinelli (PMDB), e, segundo o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), havia um compromisso assumido pela ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) para não retirá-lo do cargo. O peemedebista atendia a cota de parlamentares da legenda no Mato Grosso do Sul.
Relação difícil com o governo
Henrique Alves, em pé de guerra com o Planalto depois da revelação, feita pelo GLOBO, que auditoria da Controladoria Geral da União (CGU) apontou prejuízo de R$ 312 milhões no Dnocs — comandado por seu apadrinhado Elias Fernandes — afirmou que, a cada dia, a relação com o governo fica mais difícil: — Não tem mais conversa com a Ideli. Ela assumiu o compromisso de mantê-lo no cargo e não honrou esse compromisso — disparou o peemedebista.
As superintendências da Funasa, alvo de disputas ferrenhas entre os partidos por causa do orçamento polpudo e da chamada capilaridade nos municípios, estão agora divididas entre PT e PMDB.
Desde que o Ministério da Saúde foi assumido pelo petista Alexandre Padilha, o PMDB perdeu logo em 2011 a presidência da Funasa, e os petistas vêm ampliando seus espaços também nos estados.
Atualmente, o PMDB detém seis superintendências, contra cinco do PT.
Senador nega acordo sobre manutenção
O senador Delcídio Amaral (PT-MS) minimizou a queda de braço com o PMDB, e se mostrou surpreso com o impasse gerado pela substituição na Funasa. De acordo com ele, nunca existiu acordo com o PMDB para a manutenção de Britto.
— Desde o começo de 2011, a indicação de Turiel já era tratada. E ele está respaldado pela bancada do PT. É um homem qualificado. E nunca existiu acordo com o PMDB sobre isso — afirmou o senador petista.
A ministra Ideli Salvatti foi procurada para falar sobre o conflito entre os dois principais partidos da base, mas não retornou as ligações.
FONTE: O GLOBO
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