Manifestação de parlamentares tucanos foi isolada; líderes de outrospartidos da base aliada do governo e empresários apoiaram a medida
Denise Madueño, Tânia Monteiro
BRASÍLIA - Lideranças do PSDB criticaram ontem a decisão do governo de alterar a remuneração da caderneta de poupança. Para os tucanos, a medida pode prejudicar os pequenos poupadores. O movimento, entretanto, foi isolado. Líderes de outros partidos, que compõem a base aliada da presidente Dilma Rousseff, apoiaram a medi-
da. Empresários também elogiaram a iniciativa. O líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE), afirmou que a nova fórmula de remuneração da poupança pune a parcela mais pobre da sociedade. Para o tucano, uma forma do governo evitar a migração de investidores para a poupança seria reduzir os impostos cobrados nos demais investimentos financeiros. “Para o governo, é mais fácil mexer no dinheiro do cidadão em vez de cortar na própria carne e diminuir os elevados impostos. A mudança afeta especialmente os pequenos poupadores”, criticou o líder tucano.
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR), também discordou da decisão. Para o tucano, o governo federal deveria induzir uma baixa das taxas de administração ou reduzir os tributos cobrados sobre os fundos de investimento, como forma de preservar a atratividade desses investimentos. Os tucanos não participaram do encontro com Dilma.
Apoio. Se de um lado os tucanos criticaram, representantes de outras legendas demonstraram mais simpatia com a decisão do Palácio do Planalto. “Todos nós saímos da reunião convencidos da importância da medida”, afirmou o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). “Foi uma reunião curta e grossa, como se diz na minha terra, afirmou o peemedebista, ao comentar o encontro de Dilma com i ntegrantes do Conselho Político. O deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), que na reunião representou o líder do partido na Câmara, Jovair Arantes (GO), também defendeu a mudança.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, deverá se reunir na Câmara com deputados para explicar a mudança. Empresários. A iniciativa do Planalto também foi elogiada pelos empresários que fecharam o ciclo de encontros promovidos ontem por Dilma. O presidente da Cosan, Rubens Ometto, disse que a alteração “resolve boa parte dos problemas”. Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Bradesco, considerou acertada a decisão. “É uma medida impor-tante e boa para t odos, pois preserva os valores já depositados, além da liquidez e da isenção tributária. O produto poupança continua sendo um ativo de grande credibilidade para a população. A mudança na regra é coe-rente com os fundamentos sólidos da economia brasileira e abre espaço para novas quedas da taxa básica de juros.”
Colaboraram Rafael Moraes Moura, Lu Aiko Otta e Leandro Modé
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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