Como se já não fossem suficientemente preocupantes o baixo índice de crescimento econômico, os repiques inflacionários, a elevada carga tributária e o acelerado processo de desindustrialização que vêm afetando o país nos últimos anos, uma pesquisa de intenção de investimento feita pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) revela que a indústria brasileira de transformação investirá, em 2013, 9,5% menos do que em 2012. De acordo com o estudo levado a cabo pela entidade junto a 1,2 mil empresas, o valor total de investimentos do setor em nossa economia deverá cair de R$ 218 bilhões para R$ 197,3 bilhões. Os números vêm à tona pouco depois de a presidente Dilma Rousseff anunciar 15 pacotes com medidas para incentivar o setor produtivo, com o alarde e pirotecnia peculiares ao governo petista, incluindo a liberação de R$ 33 milhões para financiar projetos nas áreas de inovação, pesquisa e desenvolvimento.
Neste caso, a propaganda não funcionou mais uma vez. Segundo a pesquisa da Fiesp, os empresários ainda têm muito receio em investir e apontam, entre os principais motivos para a insegurança, o peso dos tributos, a baixa expansão do Produto Interno Bruto (PIB), perda de mercado para produtos importados e falta de infraestrutura adequada. Essa situação desconfortável é resultante das opções equivocadas feitas desde o governo Lula, que escolheu o populismo barato ao incentivar o consumismo para fazer crescer o mercado interno e deixou o investimento em segundo plano. Para piorar, o aumento desenfreado do consumo gerou uma pressão inflacionária que já começa a afetar o bolso dos brasileiros.
O descalabro do setor industrial do país infelizmente não é uma novidade. Em2012, a produção física, que já havia ficado estagnada no ano anterior, caiu 2,8%, e a balança comercial registrou o maior déficit de sua história (US$ 50,6 bilhões).Com isso, a indústria hoje representa apenas 13,3% do PIB brasileiro, o menor percentual dos últimos 50 anos. Só o setor de máquinas e equipamentos deve sofrer uma queda no investimento industrial de 16,4%, passando de R$ 160 bilhões para R$ 133,8 bilhões entre o ano passado e o atual. Um cenário que já é tão preocupante ganha contornos ainda mais dramáticos quando se tem conhecimento de estudos recentes dando conta de que o nível de investimento do Brasil em relação ao PIB é bem inferior ao de outras nações com economias de perfil semelhante, como China, Índia, Colômbia, México, Peru, Rússia e África do Sul. Continuamos no fim da fila, sem perspectivas de mudança enquanto o governo seguir patinando na condução desastrosa de sua política econômica.
O desapontamento com que dez entre dez economistas do país recebem o resultado da pesquisa da Fiesp é curioso e nos remete à reação dessas mesmas pessoas quando foram feitas as primeiras críticas ao modelo econômico adotado por Lula. Na ocasião, embevecidos por níveis de crescimento que já não se mostravam sustentáveis à época, muitos desses especialistas acusavam as vozes dissonantes de torcerem contra o país. Hoje, diante de um cenário desolador, talvez percebam que quem trabalhou contra o desenvolvimento brasileiro foi o próprio governo petista.
Deputado federal por São Paulo e presidente nacional do PPS
Fonte: Brasil Econômico
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