Carolina Brígido | O Globo
-BRASÍLIA- O ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), só vai derrubar o sigilo da delação dos 78 executivos da Odebrecht a partir de abril. A informação é da assessoria de imprensa do tribunal. Também foi informado que Fachin vai divulgar todas as decisões em bloco — sobre os pedidos de arquivamento, aberturas de inquérito, fim do sigilo e também a redistribuição a outras instâncias do Judiciário de indícios encontrados contra pessoas sem direito ao foro especial.
Há duas semanas, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entregou ao STF 83 pedidos de abertura de inquérito contra ministros e parlamentares. Também foram enviados ao gabinete de Fachin 211 casos nos quais a PGR encontrou indícios de irregularidade contra pessoas sem direito a foro no Supremo. O relator deverá encaminhar o material aos tribunais inferiores para análise.
NOVE MINISTROS ESTÃO NA LISTA
Janot também solicitou sete arquivamentos e 19 outras providências — que podem ser, por exemplo, operações de busca e apreensão. No total, foram enviados ao STF 320 pedidos. Todos eles dependem de decisão de Fachin. O material é extenso e está distribuído em 11 caixas de plástico.
Na lista de pedidos de abertura de inquérito há nove ministros do governo Temer: Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral), Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Bruno Araújo (Cidades), Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia), Marcos Pereira (Desenvolvimento) e Blairo Maggi (Agricultura). Dois outros nomes ainda não são conhecidos. Os pedidos de abertura de inquérito no STF atingem ainda políticos de vários partidos. O presidente do PSDB e senador Aécio Neves (MG) é o que tem contra si o maior número de inquéritos. Segundo pessoas com acesso às investigações, contra Aécio são seis pedidos de inquérito. Já o ministro Padilha estaria em três pedidos de investigação.
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