O Estado de S. Paulo
Lula sob pressão por pedras cantadas: INSS,
asilo a condenada no Peru e troca nas Comunicações
Tempos difíceis para o presidente Lula, que
enfrenta três grandes solavancos numa semana que, com o feriado prolongado,
tinha tudo para ser calma. Não foi. O escândalo do INSS envolve até R$ 8
bilhões, o jovem deputado Pedro Lucas, do União Brasil do Maranhão, esnobou o
Ministério das Comunicações e a Câmara convocou o chanceler Mauro Vieira para
explicar o polêmico asilo para a ex-primeira dama do Peru.
Uma palavra maldita e sensível para Lula e PT ronda os três casos: corrupção. O do INSS é como em merenda escolar, ambulâncias ou vacinas, porque atinge aposentados e pensionistas, que trabalharam muito e recebem pouco na velhice. O das Comunicações tem origem no primeiro ministro, Juscelino Filho, denunciado por desvios. E a asilada peruana Nadine Heredia foi condenada por propinas da... Odebrecht, atual Novonor.
Corrupção no INSS não é novidade e a atual,
com descontos não autorizados pelos beneficiários, começou no governo Bolsonaro
e explodiu no de Lula. Não por falta de aviso. Carlos Lupi, da Previdência, foi
ministro do Trabalho no segundo mandato de Lula e, mantido por Dilma Rousseff,
caiu por desvios com ONGs. E a PF, a CGU e o TCU já vinham alertando para o
escândalo, ao menos, desde 2024.
Nenhuma providência foi tomada e Lula teve de
demitir o segundo presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, é pressionado a se
livrar de Lupi e está sujeito a uma CPI – se é que a oposição quer CPI que pode
chegar ao governo Bolsonaro. E a guerra na internet? Se foi a PF de Lula que
desbaratou tudo, não interessa, o que pesa é a versão.
Já a troca nas Comunicações exibe a
fragilidade de Lula e a força dos partidos ditos “aliados”, como o União
Brasil, que juntou DEM e PSL, velhos inimigos do PT, mas hoje têm ministérios e
dão votos ao governo. Lula precisa deles e foi Davi Alcolumbre, presidente do
Senado e cacique do UB, quem indicou o primeiro, o segundo e agora o terceiro
ministro do setor.
E a Comissão de Relações Exteriores da
Câmara, onde paira Eduardo Bolsonaro, prepara uma armadilha para Mauro Vieira.
Como explicar asilo e avião da FAB para livrar a peruana Heredia da cadeia? E
como escapar de perguntas sobre Odebrecht, Lula e PT? Tá fácil? Não, mas pode
piorar. Os líderes adiaram o projeto de anistia aos golpistas de antes, durante
e depois do 8/1. Porém, nunca se sabe até quando, e o PL e o Novo ameaçam com
obstrução. E os pacotes do governo para IR e Segurança? Bem... Maio está bem aí
e o Congresso ainda não começou, de fato, a funcionar. Obstruir o que já está
obstruído?
Nenhum comentário:
Postar um comentário