quarta-feira, 11 de junho de 2025

Garnier agora se diz 'muito triste' com atos golpistas - Bernardo Mello Franco

O Globo

Em interrogatório no STF, almirante negou ter oferecido tropas para golpe de Bolsonaro

Descrito como o mais radical dos comandantes militares nomeados por Jair Bolsonaro, o almirante Almir Garnier disse ter ficado “muito triste” com os atos golpistas de 8 de Janeiro.

No primeiro interrogatório desta terça, Garnier cumpriu à risca a estratégia de sua defesa e negou todas as acusações feitas pela Procuradoria e por ex-colegas de farda.

Disse que não tinha críticas às urnas eletrônicas, que não conspirou com o então ministro da Defesa, que não ouviu o comandante do Exército ameaçar Bolsonaro de prisão e que nunca pôs tropas à disposição para um golpe.

O almirante classificou como “coincidência” o desfile de tanques enfumaçados da Marinha no mesmo dia em que o Congresso decidiria sobre o voto impresso.

Frio e sem alterar o tom de voz, Garnier se apresentou como um militar disciplinado e cumpridor de ordens. E ainda se permitiu alfinetar o brigadeiro Baptista Júnior, testemunha de acusação no processo, e o tenente-coronel Mauro Cid, a quem chamou de "coronel delator"

“Quem fala demais dá bom dia a cavalo”, disse o réu, ao fim do interrogatório.

 

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