Fernando Rodrigues
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), articula para maio o possível lançamento do PDB (Partido da Democracia Brasileira). A nova sigla contaria de saída com cerca de 20 congressistas em Brasília e com um governador, Raimundo Colombo, de Santa Catarina e hoje também filiado ao DEM.
Não é novidade que Kassab esteja insatisfeito com a sua sigla, o DEM. Também já era conhecido que uma de suas opções seria criar uma nova agremiação partidária.
A Folha ouviu de interlocutores próximos ao prefeito que essa possibilidade está sendo tratada de maneira objetiva para se materializar ainda no primeiro semestre.
O PDB será um rito de passagem para buscar a associação com outro já existente.
PMDB e PSB são considerados por Kassab. O prefeito paulistano considera necessário fundir alguns partidos para produzir uma novidade na política brasileira: uma grande legenda que tenha expressão nacional e seja ideologicamente de centro.
Kassab e seu grupo permanecerão no DEM se a disputa interna na sigla não culminar com a eleição do senador José Agripino (RN) como presidente nacional do partido, em meados de março.
Essa hipótese é remota. Agripino faz parte do grupo que elegeu na semana passada como líder da bancada do DEM na Câmara o deputado ACM Neto, da Bahia.
O racha no DEM tem algumas nuances, mas a divergência básica é sobre como o partido deve se alinhar ao seu sócio preferencial na política, o PSDB.
Há os demistas, como Kassab, que apoiam o ex-candidato a presidente tucano José Serra. E há alguns como ACM Neto e o presidente nacional do partido, Rodrigo Maia, que simpatizam mais com o senador por Minas Gerais Aécio Neves.
Sair de um partido é difícil. Quem se desliga arrisca-se a perder o mandato.
A Justiça Eleitoral tem sido condescendente se a causa for "mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário e grave discriminação pessoal". Não é o caso de Kassab.
Construir uma nova sigla também é uma empreitada complexa, mas ninguém perde mandato se essa é a razão da saída de uma agremiação partidária já existente.
Uma legenda só recebe o registro definitivo do Tribunal Superior Eleitoral depois de cumprir, entre outras exigências, o recolhimento das assinaturas de 0,5% do total de eleitores que votaram para deputado federal na última eleição distribuídos em, pelo menos, nove Estados. Hoje, esse número é de 490 mil eleitores.
Com 20 congressistas em Brasília, ele próprio e mais um governador de Estado, Kassab acredita ser viável concluir esse processo com alguma rapidez.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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