Cargo pode ser assumido por presidente interino da Câmara Municipal
Luiz Gustavo Schmitt
Um dia depois de a polícia e o Ministério Público desarticularem o esquema de fraude milionária que levou à prisão do prefeito de em Guapimirim, Renato Costa Mello Júnior, o Júnior do Posto (PMDB), a cidade enfrenta um vácuo de poder. Com paradeiro desconhecido, o vice-prefeito, Marco Aurélio Dias (PSDC), não tomou posse e tem 48 horas para fazê-lo. Caso contrário, quem assume é o presidente interino da Câmara Municipal, o vereador Paulo Cesar da Rocha, o Cesar do Modelo (PT do B), que substitui, desde ontem, o ex-presidente da Casa, Marcelo Prado Emerick, o Marcelo do Queijo (PPS) - foragido da polícia por envolvimento no esquema de corrupção descoberto pela operação Os Intocáveis.
A situação na Câmara, no entanto, também é de instabilidade já que o Tribunal de Justiça do Rio pediu o afastamento cautelar de quatro dos nove vereadores. Cesar do Modelo explicou que os suplentes dos parlamentares assumirão na terça-feira e que a Casa deve instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o recebimento de propinas de R$ 50 mil a R$ 80 mil pagas aos vereadores Iram Moreno de Oliveira, o Iram da Serrana (PMDB); Alexandre Duarte de Carvalho (PSC) e Marcel Rangel Garcia, o Marcel do Açougue (PMDB).
- A cidade está sem governo. Na prefeitura, os funcionários não sabem o que fazer. Fomos surpreendidos. A gente desconhecia tudo que estava acontecendo. Vamos apurar com rigor - disse o presidente interino da Câmara.
Nas ruas de Guapimirim, o clima é de revolta e medo. Moradores, que pediam anonimato, denunciavam que os jornais de grande circulação foram comprados no início da manhã, logo após a abertura das bancas.
No centro, as calçadas da Avenida Dedo de Deus, a principal da cidade, continuavam repletas de propagandas de Marcelo do Queijo e da ex-secretária e candidata à prefeitura, Ismeralda Rangel Garcia Costa (PMDB), também presa pela polícia. Ainda havia carros de som da candidata tocando seu jingle pelas ruas. Já as placas do candidato a prefeito Oswaldo Vivas (PTC), que delatou o esquema de corrupção à polícia, estavam quebradas e rasgadas. Em entrevista a O GLOBO, Vivas contou que o esquema de corrupção movimentava somas maiores do que os R$ 48 milhões divulgados pela polícia.
- Esse esquema desviou o triplo desse valor. O que polícia encontrou até agora é só a ponta do iceberg.
FONTE: O GLOBO
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