O mau desempenho de candidatos petistas é uma das causas da desistência.
Lula cancela ida a palanques do PT no Nordeste
Oposição lidera com folga em seis capitais da região; em SP, Dilma e Fernando Henrique entram na disputa
Maria Lima
BRASÍLIA e SÃO PAULO A pretensão inicial do ex-presidente Lula de percorrer pelo menos 17 estados em campanha pelos candidatos petistas está indo por água abaixo. Nem tanto por restrições médicas, mas pelas dificuldades impostas por aliados e pelo mau desempenho dos candidatos, que pode ser atrelado à imagem de Lula. A ida a algumas capitais do Nordeste, esperada por candidatos petistas em queda nas pesquisas, foi cancelada por ora. Só a ida a Salvador, dia 14, está mantida.
No Nordeste, a oposição lidera com folga em seis capitais: o PSDB em Maceió, São Luís e Teresina, e o DEM em Fortaleza, Salvador e Aracaju. O PT lidera apenas em Goiânia, com o atual prefeito, Paulo Garcia, e em Rio Branco, onde Marcos Alexandre aparece na frente com 38% das intenções de voto em pesquisa Ibope de 17 de agosto. Mas, colado nele, com 37%, vem o tucano Tião Bocalon. O PSDB também está na frente do PT em Manaus, João Pessoa e Vitória.
Diante do quadro, Lula reavaliou sua participação e deve centrar esforços em São Paulo e Belo Horizonte, cidades importantes e com chances de melhorar. Ontem, o senador Wellington Dias, candidato do PT em Teresina e que ocupa um terceiro lugar nas pesquisas, levou um balde de água fria com a derrubada da agenda que previa a ida de Lula a São Luís amanhã, e a Parnaíba (PI) e Teresina no domingo.
Na disputa em Teresina lidera o ex-prefeito tucano Firmino Filho, com 31%; em segundo, o atual prefeito, Elmano Ferrer (PTB), com 22%; seguido por Wellington Dias, com 20%. Dias atribuiu a problemas na garganta e febre o motivo do cancelamento da viagem de Lula:
- A briga aqui está pesada. Mas toda a agenda do Lula está condicionada à liberação dos médicos. Em primeiro lugar vem a saúde dele.
O secretário nacional de Organização do PT, Paulo Frateschi, disse que, por ora, Lula está priorizando gravações:
- A preocupação de Lula é não ter que voltar. Por isso ele pergunta: qual o melhor momento para ir? Estamos segurando essas viagens até ter um quadro mais claro por capital.
Em São Paulo, a disputa ganha o reforço de dois "cabos eleitorais": a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que gravaram depoimentos para as campanhas, defendendo as conquistas administrativas de suas respectivas siglas em esfera municipal e nacional.
Dilma e FH trocaram farpas publicamente no início desta semana, justamente pelos espólios deixados pelas gestões de PSDB e PT. Em nota oficial, Dilma rebateu crítica de FH, em artigo no GLOBO, de que ela teria recebido "herança pesada" de Lula. Na resposta, afirmou que não recebeu um país "sob intervenção do FMI ou sob ameaça de apagão".
O ex-presidente tucano gravou participações para a campanha televisiva de José Serra na noite da quarta-feira. As conversas para a entrada de FH na campanha se estenderam desde o início da semana passada. Já a presidente Dilma gravou depoimentos para a campanha de Fernando Haddad no último fim de semana. O marqueteiro João Santana pretende deixar a veiculação do material apenas para o fim de setembro, fase considerada decisiva pela campanha petista.
FONTE: O GLOBO
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