Em campanha 'temática' para apontar falhas do governo, senador divulgará dados negativos da empresa e alta da gasolina
Provável candidato do PSDB à Presidência em 2014 marca evento com economistas para desgastar petista
Natuza Nery
BRASÍLIA - O senador Aécio Neves (PSDB-MG) estreará uma campanha "temática" para apontar o que considera falhas do governo Dilma Rousseff. O primeiro "round" será a Petrobras -a gestão da companhia de petróleo é chamada de "temerária" pelos tucanos.
Em evento no dia 12 de março, o PSDB lançará um "livro-dossiê" com dados negativos da empresa e ataques à recente alta da gasolina.
O ato contará com a presença de economistas e servirá de trampolim para ações pontuais na tentativa de desgastar o governo e apresentar projetos alternativos. São planejadas articulações semelhantes em relação ao BNDES, energia e outras áreas.
A decisão de "dissecar" eventuais fragilidades do governo federal veio após o anúncio da candidatura de Dilma à reeleição -feito pelo ex-presidente Lula em festa do PT na semana passada.
O PSDB quer bater na tecla de que o povo perdeu dinheiro nos últimos dez anos, seja porque investiu em ações da Petrobras, hoje em dificuldade, seja por pagar mais pelo combustível neste ano.
Por trás do debate eleitoral, o PSDB discutirá o modelo de exploração de petróleo.
De um lado, o tradicional regime de concessão que vigorou nos tempos de Fernando Henrique Cardoso; do outro, a partilha, fórmula inaugurada após a descoberta do pré-sal. À época, Dilma era presidente do conselho de administração da petrolífera e tocou as mudanças -hoje reprovadas pelo tucanato.
Em conversas reservadas, Aécio tem dito que o modelo atual inibe demais a participação privada em projetos de exploração e obriga a Petrobras a entrar em negócios quando está descapitalizada, vendendo ativos e rebaixando suas exigências de uso de equipamentos brasileiros (no lugar de importados) para dar conta dos investimentos.
Segundo a consultoria Economatica, a Petrobras fechou fevereiro com valor de mercado R$ 54 bilhões menor em relação ao mesmo período de 2012. Apesar disso, o valor é 251 vezes maior que em 1993.
Outro objetivo do ato de março será ensaiar uma vacina à acusação petista de que o desejo do PSDB é privatizar a empresa. Os ataques estiveram presentes em todas as últimas eleições presidenciais, sem que o PSDB conseguisse desmontá-los com sucesso.
Fonte: Folha de S. Paulo
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