segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Centro sinaliza união e ataca ‘radicalismo’ de Haddad e Bolsonaro

Em debate na TV, Alckmin, Meirelles, Marina, Alvaro Dias e Ciro Gomes criticaram os candidatos do PSL e do PT, que estão na frente nas pesquisas

Candidatos do centro se uniram ontem, no penúltimo debate antes do primeiro turno da eleição presidencial, para atacar os líderes das pesquisas, Jair Bolsonaro (PSL), que recebeu alta do hospital após 23 dias internado, mas não compareceu ao evento realizado pela TV Record por indicação médica, e Fernando Haddad (PT). Bolsonaro, mesmo não estando presente, tornou-se uma espécie de participante oculto do encontro. Sinalizando união, Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (MDB), Marina Silva (Rede) e Alvaro Dias (Podemos) se apresentaram como representantes do eleitorado que não quer nem o “radicalismo” de direita nem o de esquerda, em referência a Bolsonaro e Haddad. O petista voltou a ser alvo de Ciro, que tenta arregimentar votos nos dois polos da disputa. O primeiro turno ocorre no próximo domingo. Enquanto os candidatos do bloco intermediário das pesquisas de intenção de voto se ofereciam como uma “terceira via”, Haddad mais poupou do que criticou Bolsonaro, seguindo a estratégia de levar o confronto para um eventual segundo turno.

Centro faz união tácita contra PT e Bolsonaro

Adriana Ferraz Pedro Venceslau / O Estado de S. Paulo

Candidatos do centro se uniram ontem, no penúltimo debate antes do primeiro turno da eleição presidencial, para atacar o líder das pesquisas, Jair Bolsonaro (PSL), e também o petista Fernando Haddad. Bolsonaro, que recebeu alta do hospital após 23 dias internado, mas não compareceu ao evento realizado pela TV Record por indicação médica, se tornou uma espécie de participante oculto do encontro entre os presidenciáveis.

Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (MDB), Marina Silva (Rede) e Alvaro Dias (Podemos) se apresentaram como representantes do eleitorado que não quer nem o “radicalismo” de direita nem o de esquerda, em referência a Bolsonaro e a Haddad.

O petista voltou a ser alvo de Ciro, que tenta arregimentar votos nos dois polos da disputa.

O primeiro turno ocorre no próximo domingo. Enquanto os candidatos localizados no bloco intermediário das pesquisas de intenção de voto se ofereciam como uma “terceira via”, Haddad mais poupou do que criticou o candidato do PSL, seguindo a estratégia de levar o confronto para um eventual segundo turno contra um adversário – os levantamentos indicam neste momento potencial de vitória do petista.

Líderes, Bolsonaro e Haddad marcam 28% e 22%, respectivamente, conforme a mais recente pesquisa Ibope/Estado/TV Globo. Ciro, em terceiro lugar, tem 11%; Alckmin soma 8%; Marina marca 5% e Meirelles, 2%.

Unidos na mesma tática de expor as propostas e declarações polêmicas do candidato do PSL, Ciro, Alckmin, Marina, Meirelles e também Guilherme Boulos (PSOL) citaram, por exemplo, as falas contra as mulheres – para ressaltar as manifestações promovidas em todo o País anteontem. Foi destacada também declaração feita por Bolsonaro na semana passada de que não respeitaria o resultado da eleição caso não seja ele o vencedor.

Provocada por Ciro, Marina, por exemplo, disse que o deputado está “amarelando” porque tem medo da derrota. A candidata aproveitou a tréplica para criticar também o PT. “Temos de enfrentar dois projetos autoritários: os que têm saudosismo da ditadura e aqueles que fraudaram a candidatura em 2014 pela corrupção, a Dilma e o Temer.”

Já Ciro criticou a ausência de Bolsonaro no debate após a alta hospitalar e lembrou que ele (Ciro), mesmo tendo sido submetido a um procedimento cirúrgico, optou por participar do debate anterior usando até uma sonda. “Estamos assistindo todos os dias a declarações antipovo, antipobre. Ele (Bolsonaro) nem sequer dá direito à população brasileira, estando sadio. O Brasil não aguenta mais essa radicalização odienta.”

Após receber alta no sábado depois de uma longa internação em razão de um atentado a faca da qual foi vítima, Bolsonaro diz ter uma recomendação médica para se manter em repouso por dez dias.

Deixado de lado por seus adversários no primeiro bloco, Alckmin foi o penúltimo a falar, mas seguiu na mesma linha de crítica a Bolsonaro e ao PT. Lembrou as manifestações contrárias ao deputado promovidas por mulheres no sábado, as quais classificou como “atos de civilidade” e se colocou como o candidato que pode unir o Brasil.

“Metade da população não quer nem os radicais de direita nem os de esquerda. Que são os dois com maior rejeição. Nós vamos trabalhar para unir o Brasil. Esses radicalismos pode aumentar o desemprego, aumentar a pobreza, dificultar a retomada do crescimento brasileiro. União é a palavra nesse momento”, afirmou.

Colaboraram Paulo Beraldo, Cristian Favaro e Daniel Weterman

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