Folha de S. Paulo
É típico do ex-juiz ver segurança pública
de forma sensacionalista
O plano da fação criminosa PCC de
ataques a autoridades —entre elas o ex-juiz e hoje senador
Sergio Moro (União Brasil – PR) e o promotor paulista Lincoln Gakiya, segundo a
PF— é episódio de suma gravidade que não deve ser reduzido a farpas políticas,
as quais deveriam cair no poço da irrelevância.
O episódio se soma à incidência recorrente
de violência no Brasil. Em 2022, a violência política disparou 400% em
comparação a 2018; e são comuns casos de juízes e
promotores ameaçados no país. O que importa, agora, é avaliar o
ocorrido.
É um alento verificar que a PF, depois de anos de tentativa de interferência pelo governo Bolsonaro —ao qual Moro serviu e do qual saiu, ao menos em suas palavras, em reação contrária a essa mesma interferência—, esteja hoje à frente do combate ao crime organizado.
Especialistas em segurança pública têm
cobrado um papel mais direto do governo federal nesta seara; exercer a
coordenação de ações contra o crime organizado, como a vista hoje, é justamente
papel da PF. O caráter preventivo e o alcance geográfico da operação mostram
sua robustez.
Dito isso, não é com soluções fáceis e
midiáticas, comuns à carreira jurídico-política de Sergio Moro, que o crime
será combatido. Como ministro, foi pouco
propositivo no combate a milícias, alimentou a política de
armas (que favorece o crime), endossou a violência policial e, de impacto,
apenas transferiu lideranças do PCC para presídios federais. No mesmo dia da
operação, o senador apresentou um projeto de lei (PL) a toque de caixa, tipificando a conduta de
obstrução de ações contra o crime organizado.
É típico de Moro ver segurança pública de forma sensacionalista: o que o salvou não foi a criação de tipos penais vagos, mas o trabalho de inteligência sério. Moro é o rei Midas do espetáculo: tudo o que toca vira espelho; corre, infelizmente, o risco de utilizar o gravíssimo incidente para nutrir sua autoimposta áurea de herói, em vez de discutir segurança pública como política de Estado.
5 comentários:
"Mori é o rei Midas do espetáculo:..."
Moro foi salvo pelo atual governo. E, sem agradecer, ainda tenta capitalizar o caso. Moro é um enganador.
Moro foi ministro durante 1/3 do DESgoverno Bolsonaro. Saiu acusando o presidente de criminoso. Depois, na recente campanha eleitoral, se aliou novamente ao GENOCIDA e foi seu assessor nos debates. Antes de ser ministro, Moro dizia que jamais seria político. Depois, virou ministro, candidato a presidente, candidato por SP, candidato a senador pelo PR... Ou Moro é mesmo um enganador ou ele se autoengana a toda hora.
O PT e PCC tudo a ver
O plano do Lula é fuder o Moro
O PCC estava executando o plano
Pelo artigo dá para se avaliar o baixíssimo nível a que a dignidade e o jornalismo brasileiro chegaram. Lamentável!
Pare de passar pano pro Moro!
Se o PCC, as milícias, os Mourão-da-vida querem ele, deixa levar, pô!
Falta não vai fazer.
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