Bertha Maakaroun
Machado, no Sul de Minas, está longe de ser um caso único em que petistas e tucanos se juntaram para governar a cidade. Em dois terços das 55 cidades brasileiras em que PT e PSDB dividem o comando como prefeitos e vice-prefeitos, a aliança tende a ser reeditada nas eleições deste ano. Além de serem municípios com menos de 150 mil eleitores – que não são atingidos pela decisão extraída do 4º Congresso Nacional do PT, segundo a qual o partido não poderá ter candidatos a prefeito ou vice em chapas em que participam candidatos do PSDB, do DEM e do PPS –, no geral, tucanos e petistas estão unidos para enfrentar grupos tradicionais. Distantes da polarização nacional, apresentam ações de governo coesas e projeto político comum para se manter no poder.
Em Minas Gerais, onde o PSDB governa o estado, as duas legendas têm um argumento adicional para defender a reedição das chapas: o trânsito político no governo estadual e no governo federal se potencializa. Nas eleições passadas foram 13 cidades onde chapas PT/PSDB foram vitoriosas e 11 em que os tucanos encabeçaram com um vice petista. Convênios, emendas parlamentares e investimentos se multiplicam quando o prefeito negocia no plano federal e o vice-prefeito no estadual, ou quando o contrário ocorre.
No caso mineiro, a “partilha” do poder local foi respeitada até mesmo no momento de decidir que candidato a deputado apoiar nas eleições de 2010. Em várias cidades, prefeitos e vices acertaram pedir votos para determinado candidato a deputado federal de um dos partidos e para um candidato a deputado estadual do outro partido. Assim, evitaram conflitos.
FONTE: ESTADO DE MINAS
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