domingo, 25 de março de 2012

PCB/PPS: 90 anos de luta pela democracia e justiça social

Em 1989, PCB disputou a Presidência da República com Roberto Freire

Por: Diretório Nacional do PPS

Nesta semana comemora-se uma data importante para a História política e cultural do país, o surgimento do Partido Comunista Brasileiro, no dia 25 de março de 1922. Fundado na cidade de Niterói, no Rio de Janeiro, por nove delegados representando cerca de 73 militantes de diferentes regiões do Brasil, congregando intelectuais, lideres populares e sindicais, o PCB transformou-se ao longo de sua existência no mais efetivo partido da classe trabalhadora do campo e da cidade.

Mesmo tendo pouco mais de cinco anos de vida legal ao longo de seus 70 anos, enquanto existiu como PCB, transformou a vida política do país justamente por seu inegável caráter de classe, bem como por sua permeabilidade ao mundo da cultura, destacando-se por campanhas memoráveis para a democratização do país, como a luta pelo direito das mulheres ao voto, pela legalização do direito dos trabalhadores rurais a sua representação sindical, por um importante leque de reformas visando a ampliação e aprofundamento da democracia. Não por acaso foi tão duramente perseguido pelas classes dominantes.

Além de partido político, o PCB foi uma escola permanente de formação de grandes quadros da política brasileira, e um difusor de organização da cidadania na busca por seus direitos. Não houve um movimento social relevante que não tivesse a participação de seus militantes. Seja na discussão dos temas, seja por sua capacidade de organização, o PCB esteve diretamente envolvido nas lutas pela emancipação da cidadania frente ao Estado.

Não por acaso, personalidades da história política e cultural do Brasil se juntaram ao PCB. Nomes do peso como Oscar Niemeyer, Jorge Amado, Ferreira Gullar, Djanira, Portinari, Rachel de Queirós, Di Cavalcanti, Solano Trindade, Nelson Werneck Sodré, Caio Prado Júnior, Plínio Marcos, Joel Rufino dos Santos, Dias Gomes, João Saldanha, Darcy Ribeiro, Luiz Werneck Vianna, Mércio Pereira Gomes, Mário Lago, João Batista de Andrade, Vladimir Carvalho, Mário Schemberg, Luiz Hildebrando Pereira da Silva, Edison Carneiro, Astrojildo Pereira, Oswald de Andrade e Pagu, entre tantos outros, pertenceram ao mais antigo partido surgido no Brasil.

Quando o movimento comunista fez sua primeira autocrítica, denunciando os crimes do stalinismo, em meados da década de 50, fomos o primeiro partido nas Américas que estabeleceu a democracia como via para a construção da sociedade socialista, no Brasil, como definido pela Declaração de Março, de 1958. Foi justamente em função dessa postura que um pequeno número de companheiros afastou-se do Partido para fundar o PCdoB, continuando sua filiação à tradição do autoritarismo stalinista.

Quando, nos anos 60, todos os países da periferia do sistema capitalista encetaram uma luta por sua emancipação, os comunistas brasileiros, apoiando governos progressistas como o de Juscelino Kubitschek e de João Goulart, formaram o fermento das lutas sociais do período, em torno das “reformas de base”, um conjunto de reformas que, da agrária à urbana, buscava tornar o país contemporâneo do presente, e não do passado, como vivia a esmagadora maioria de seu povo.

O golpe de 1964 foi a resposta da reação aos justos anseios de seu povo por mudanças. Mesmo enfrentando mais uma ditadura, o PCB soube definir uma estratégia que levou ao colapso o regime militar, afastando a aventura armada e consolidando a via democrática. Por meio de uma ampla frente de diversos segmentos sociais e políticos, conseguiu isolar e derrotar o autoritarismo, inaugurando uma nova fase da História do país, com a constituinte de 1988. Um ano depois, em 1989, o partido apresentou seu projeto para o Brasil com a candidatura de Roberto Freire à Presidência da República.

Com o colapso do socialismo de modelo soviético, e a generalizada crise que se abateu sobre o movimento comunista, ficou cada vez mais claro que aquele tipo de Partido fundado na década de vinte já tinha esgotado sua capacidade de revolucionar a sociedade, exigindo uma nova conformação. Daí o surgimento do Partido Popular Socialista – PPS, em janeiro de 1992, como a nova forma-partido de se buscar, por meio da organização dos vários segmentos que compõe a sociedade brasileira, a ampliação do processo democrático e a construção de uma sociedade mais justa e equânime. Nessa luta, o PPS, sem esquecer dos ideais libertários do PCB, disputou a Presidência da República em 1998 e 2002, com Ciro Gomes. Em 2014, o partido trará novamente ao país suas propostas com o lançamento de um candidato próprio ao Planalto. É hora de uma nova política, que rompa com o atraso, com o fisiologismo e com a corrupção. Uma política corajosa, que tenha como base a implantação de reformas dentro de um projeto estratégico de desenvolvimento que leve o Brasil ao mundo do futuro.

Diretório Nacional do PPS
Março de 2012

FONTE: PORTAL DO PPS

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