Não deixa ser curiosa a trinca de defesa dos principais implicados no escândalo Cachoeira: os advogados Márcio Thomaz Bastos, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, e José Luiz de Oliveira, que têm um portfólio de clientes eclético e suprapartidário, mas ganharam o carimbo de alinhados ao PT, especialmente na era lulista.
Thomaz Bastos, advogado do pivô do escândalo, o empresário e bicheiro Carlinhos Cachoeira, foi ministro da Justiça e peça decisiva de Lula em horas cruciais, como na queda de Antonio Palocci da Fazenda e nas escolhas dos ministros do Supremo.
Kakay, personagem de Brasília que advoga para presidentes, ministros e governadores, defende o senador Demóstenes Torres, ex-DEM, que jogou a carreira política cachoeira abaixo e tenta desesperadamente se safar na Justiça.
E José Luiz Oliveira é simultaneamente advogado do ex-ministro José Dirceu -réu do mensalão- e da empreiteira Delta, que está em todas.
Sobre a maledicência dos que veem estrelas vermelhas rondando os advogados de figuras com tanta munição e tão distantes do PT -ou melhor, da história do partido-, Thomaz Bastos é veemente: "Não alieno minha liberdade de advogar nem ao PT, nem a Lula, nem a ninguém. Minha profissão é minha prioridade".
Exemplifica: eleitor e amigo do PT e de Lula, era também advogado do então poderoso senador ACM, "apesar do ódio recíproco e das divergências viscerais" entre os dois grupos.
Se não é mera coincidência a montagem desse trio de ouro na defesa dos cabeças do escândalo, só há uma explicação plausível: a oferta de grandes criminalistas não deve estar muito grande no país...
Resposta do ministro Joaquim Barbosa, à altura do destempero do desafeto Cezar Peluso: "Ele se acha". Parece ou não bate-boca de botequim? Viva a compostura da ministra Cármen Lúcia!
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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