sexta-feira, 20 de abril de 2012

Ensaio para enfrentar Lacerda

Juliana Cipriani

Os adversários do prefeito Marcio Lacerda (PSB) na corrida eleitoral de outubro já ensaiam uma eventual união na tentativa de enfraquecer a inflada aliança do socialista, que tem como fiadores PT e PSDB, os dois principais partidos do estado. Os deputados estaduais Délio Malheiros (PV) e Sargento Rodrigues (PDT) e o federal Leonardo Quintão (PMDB) almoçaram ontem em um restaurante no Bairro Santo Agostinho, onde afinaram o discurso de oposição. Os três se apresentam como alternativa e, apesar de dois terem sido cortejados, rechaçam qualquer possibilidade de se unir ao prefeito.

Evitando falar em coligação entre eles, os três pré-candidatos falaram em aliança pela democracia e fizeram questão de deixar clara a afinidade. Defenderam a multiplicação de candidaturas que sirvam de opção a Marcio Lacerda. As críticas ao prefeito deram o tom do encontro. "O povo de Belo Horizonte tem uma consciência política acima da média, não vai se deixar levar pelo voto de cabresto. Quando você suprime a possibilidade de escolha é ruim para a democracia", afirmou Délio Malheiros, indicando que, ao tentar uma ampla aliança, Lacerda estaria minando a participação de outros nomes.

O candidato do PV disse esperar pelo menos cinco candidaturas em outubro e que vai se solidarizar com todos que decidam concorrer. Malheiros acusou o prefeito de tentar investidas com o presidente nacional do PV, José Luiz Pena, para evitar a candidatura verde. O mesmo disse Sargento Rodrigues, que deve ser o candidato do PDT – a outra opção é o ex-deputado Mário Heringer, presidente estadual da legenda. "Ofereceram uma secretaria para o PDT mas o prefeito indicaria os demais cargos. Queria nos colocar em uma posição pior que a de coadjuvantes e não aceitamos", afirmou Rodrigues.

Cortejado pelo PV e PMDB para indicar o vice nas respectivas chapas, o PDT deve ter candidatura própria por determinação do presidente nacional do partido, Carlos Lupi. Segundo o deputado Sargento Rodrigues, não há dificuldades para os três partidos se unirem em um eventual segundo turno. "Entre nós, não temos dificuldades em conversar, do lado de lá é que não", afirmou.

Mais experiente que os outros dois, Leonardo Quintão (PMDB) disse estar "mais maduro" para enfrentar Lacerda, com quem disputou um segundo turno acirrado em 2008. O peemedebista considera importante ter mais candidaturas para dar opção a uma gestão que ele considera desastrosa. "A atual administração não cumpriu nem 20% do que prometeu em seu plano de governo. Não vejo nele um bom gestor, pode até ser na iniciativa privada, mas não conseguiu executar um bom governo na prefeitura. A cidade retrocedeu na saúde, educação e mobilidade", disse o pré-candidato. Sobre uma aliança, Quintão também diz que continuará conversando com os outros concorrentes, menos Lacerda. "Se ele fosse bom eu não seria candidato", disse.

FONTE: ESTADO DE MINAS

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