Foi divulgada uma pesquisa ( CNT – Confederação Nacional dos Transportes ) feita neste mês de Julho. Como pesquisa de intenção de voto, ela tem pouca validade porque representa a situação do momento ( e repercute o passado que ecoa no presente ). Não permite “adivinhar” o futuro.
No entanto, em termos comparativos, e especialmente em relação ao governo Dilma Rousseff ela traz conclusões interessantes e verdadeiras. Vou citar algumas.
1- Em junho de 2013 a aprovação do governo Dilma era de 73% e a desaprovação de 20%. Já um mês depois, em julho, a aprovação caiu para 49% e a desaprovação subiu para 47% ( empate na margem de erro ). A diferença a favor do seu governo que era de 53 pontos percentuais caiu para quase zero. Fato inédito na história brasileira
2- O mesmo fenômeno se dá em relação ao desempenho pessoal de Dilma frente ao governo: 49% o aprova e 47% o desaprova.
3- Na questão da possível candidatura de Dilma, 20% afirmam que ela é a única em quem votariam, mas 44% dizem que não votariam nela de jeito nenhum. Vale dizer, a rejeição é o dobro da aprovação, e atinge quase metade do eleitorado.
4- Os outros nomes colocados nas diversas alternativas da pesquisa de intenção de voto, em nenhum caso, têm mais intenções de voto que Dilma, mas a sua somatória é superior às intenções da presidente. Isto é, ela não ganharia hoje no primeiro turno. Nas diversas hipóteses de segundo turno ela ainda é vencedora, passando de números em torno de 30% no primeiro para números que não superam 40% em um segundo turno, mas próximos ao segundo colocado. Situação bastante frágil, faltando mais de um ano para as eleições e enfrentando alguns candidatos ainda desconhecidos do eleitorado.
5- Segundo a pesquisa o que mais mobilizou a população nas manifestações recentes foi a corrupção, seguida da questão da saúde e dos gastos nos estádios.
6- O ambiente pesquisado mostra pessimismo. Em geral, nos principais itens, ou a expectativa é pessimista ou sem esperança de mudança para melhor.
A pesquisa, repito, não aponta para resultados futuros. Mas o que fica claro é que o desgaste do governo Dilma e de sua própria pessoa é muito profundo ( aparentemente irrecuperável ) e as expectativas são negativas, sem que se possa afirmar quem será o beneficiário desse desgaste. O jogo ainda está longe de começar.
Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB, foi governador de S. Paulo
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