Por Raphael Di Cunto e Thiago Resende - Valor Econômico
BRASÍLIA - (Atualizada às 11h31) O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quinta-feira que a presidente Dilma Rousseff “mentiu à nação” ao dizer que seu governo não aceitou barganhar os três votos do PT no Conselho de Ética e que a própria Dilma tentou negociar ontem a salvação do pemedebista em troca da aprovação da CPMF.
“É preciso deixar bem claro. A presidente mentiu ontem à nação em cadeia de TV nacional”, disse Cunha. “Ontem de manhã o deputado André Moura (PSC-SE) esteve com a presidente da República, levado pelo ministro [da Casa Civil] Jaques Wagner, e foi oferecido os votos do PT pela aprovação da CPMF. A barganha veio sim do governo”, afirmou.
Cunha disse que a negociação foi feita à sua revelia e que não concordou. “Eu prefiro, sem o PT, ser julgado pelo restante do Conselho de Ética”, disse, ao negar que estivesse à frente das articulações de aliados, como Paulinho da Força e Rodrigo Maia (DEM-RJ). “Não sou responsável pelos atos daqueles que têm simpatia ou porventura me defendem”, disse.
Sem se defender das acusações de Dilma sobre suas contas no exterior, disse que o impeachment não foi aceito por casos de corrupção, embora estivessem descritos eventos deste tipo no pedido dos juristas, e que o deferimento foi por crime de responsabilidade fiscal. “As razões estão claramente definidas no parecer”, disse.
Impeachment
Cunha afirmou que vai convocar uma sessão extraordinária para segunda-feira, às 18h, para eleger a comissão especial que analisará a admissibilidade do pedido de impeachment.
O presidente da Câmara também afirmou que a definição sobre a possibilidade de os trabalhos da comissão ocorrerem durante o recesso parlamentar, que começa no próximo dia 18, depende de uma decisão conjunta sua e do presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL).
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