DEU EM O GLOBO
“Hélio Costa não será candidato ao governo de Minas com o apoio do PT se não quiser.” (Fernando Pimentel, do PT mineiro)
Que diferença faz um dossiê a mais ou a menos? Nada é mais comum, aqui e em toda parte, do que candidato estocar munição para disparar contra adversários. É o jogo sujo da política. Às vezes nem dispara. Em certas ocasiões, representantes dos candidatos se reúnem em local seguro e neutro e firmam um acordo: tiro só da cintura para cima.
Dossiês, quase sempre, são confeccionados para uso clandestino ou divulgação pela mídia. Servem para detonar escândalos. Quem se envolve com a tarefa trabalha no limite da irresponsabilidade. Uma coisa é juntar informações verdadeiras. O eleitor tem direito a conhecêlas. Outra é misturá-las com informações falsas captadas por meios criminosos: grampos, subornos e chantagem.
No segundo debate de televisão do segundo turno da eleição de 1989, Fernando Collor encarou Lula sobraçando pastas recheadas de documentos. Amigos de Lula temeram que ele pudesse exibir fotos do candidato do PT na companhia de uma amiga psicóloga. Quem supostamente presenteou Collor com as fotos foi o então deputado Bernardo Cabral (PMDBAM). As fotos não saíram das pastas.
O ensaio de candidatura de Roseana Sarney a presidente no início de 2002 foi fulminado por uma operação de agentes da Polícia Federal e procuradores da República. Achou-se R$ 1,3 milhão no cofre da empresa do marido dela. Roseana enrolou-se para explicar o que não passava de caixa dois. Sarney, o pai, atribuiu a culpa pelo sucedido a José Serra, também candidato a presidente.
Às vésperas do segundo turno da eleição daquele ano, o comando da campanha de Lula foi informado de que o programa de televisão de Serra exploraria imagens de uma antiga noitada alegre em Manaus do candidato do PT. Baixou o desespero. José Dirceu, presidente do PT, falou a respeito com o presidente Fernando Henrique Cardoso. Prometeu retaliar desovando o que armazenara contra o governo e Serra.
Amigo de Lula e de Serra com igual intensidade, o deputado Sigmaringa Seixas (PT-DF) voou às pressas para São Paulo a pedido de Dirceu. Conversou com Serra tarde da noite. Ouviu que não havia as tais imagens e que ele seria incapaz de apelar para recurso tão degradante. Na dúvida, Dirceu passou o resto da campanha de 2002 sem tirar o dedo do gatilho.
Dali a quatro anos, sobraria para Serra. Aqueles chamados por Lula de “aloprados”, funcionários do seu comitê de campanha à reeleição, forjaram um falso dossiê contra Serra, candidato ao governo de São Paulo, e Geraldo Alckmin, candidato do PSDB a presidente da República. O dossiê explodiu no colo de Lula. E acabou com suas chances de se eleger no primeiro turno.
Agradeça a Deus, Dilma, o fato de a nova geração de aloprados do PT ter sido logo flagrada em ação. Imagine se estivessem no ar os programas de propaganda eleitoral dos partidos no rádio e na televisão. E se só então pipocasse a história do dossiê contra Serra e do almoço do assessor de campanha com o delegado especialista em escutas telefônicas clandestinas.
Empenha-se o PT em vender algumas versões do episódio que não resistem a um sopro de criança. Dossiê? “Não havia dossiê”. Ora, há dossiê, sim, e ele segue sendo encorpado. Como o PSDB tem o dele contra Dilma, o PT e o governo. O PT informa que o dossiê não passa de um livro do jornalista Amaury Ribeiro Júnior, a ser postado em breve na internet. Menos!
Há 15 dias, Amaury não tinha um livro. Tinha documentos e a ideia de publicar um livro. Por que participou do almoço onde seu amigo Luiz Lanzetta, assessor de comunicação da campanha de Dilma, disse ao delegado-araponga Onésimo de Souza que precisava saber tudo que Serra fizesse ou falasse? Antes que o espaço acabe, digo que Dilma só agiu contra os aloprados depois de ter sido procurada pela imprensa.
Em telefonema para a direção da revista “Veja”, jurou inocência, pediu um voto de confiança e garantiu punir com rigor quem ferisse a lei. A conferir.
“Hélio Costa não será candidato ao governo de Minas com o apoio do PT se não quiser.” (Fernando Pimentel, do PT mineiro)
Que diferença faz um dossiê a mais ou a menos? Nada é mais comum, aqui e em toda parte, do que candidato estocar munição para disparar contra adversários. É o jogo sujo da política. Às vezes nem dispara. Em certas ocasiões, representantes dos candidatos se reúnem em local seguro e neutro e firmam um acordo: tiro só da cintura para cima.
Dossiês, quase sempre, são confeccionados para uso clandestino ou divulgação pela mídia. Servem para detonar escândalos. Quem se envolve com a tarefa trabalha no limite da irresponsabilidade. Uma coisa é juntar informações verdadeiras. O eleitor tem direito a conhecêlas. Outra é misturá-las com informações falsas captadas por meios criminosos: grampos, subornos e chantagem.
No segundo debate de televisão do segundo turno da eleição de 1989, Fernando Collor encarou Lula sobraçando pastas recheadas de documentos. Amigos de Lula temeram que ele pudesse exibir fotos do candidato do PT na companhia de uma amiga psicóloga. Quem supostamente presenteou Collor com as fotos foi o então deputado Bernardo Cabral (PMDBAM). As fotos não saíram das pastas.
O ensaio de candidatura de Roseana Sarney a presidente no início de 2002 foi fulminado por uma operação de agentes da Polícia Federal e procuradores da República. Achou-se R$ 1,3 milhão no cofre da empresa do marido dela. Roseana enrolou-se para explicar o que não passava de caixa dois. Sarney, o pai, atribuiu a culpa pelo sucedido a José Serra, também candidato a presidente.
Às vésperas do segundo turno da eleição daquele ano, o comando da campanha de Lula foi informado de que o programa de televisão de Serra exploraria imagens de uma antiga noitada alegre em Manaus do candidato do PT. Baixou o desespero. José Dirceu, presidente do PT, falou a respeito com o presidente Fernando Henrique Cardoso. Prometeu retaliar desovando o que armazenara contra o governo e Serra.
Amigo de Lula e de Serra com igual intensidade, o deputado Sigmaringa Seixas (PT-DF) voou às pressas para São Paulo a pedido de Dirceu. Conversou com Serra tarde da noite. Ouviu que não havia as tais imagens e que ele seria incapaz de apelar para recurso tão degradante. Na dúvida, Dirceu passou o resto da campanha de 2002 sem tirar o dedo do gatilho.
Dali a quatro anos, sobraria para Serra. Aqueles chamados por Lula de “aloprados”, funcionários do seu comitê de campanha à reeleição, forjaram um falso dossiê contra Serra, candidato ao governo de São Paulo, e Geraldo Alckmin, candidato do PSDB a presidente da República. O dossiê explodiu no colo de Lula. E acabou com suas chances de se eleger no primeiro turno.
Agradeça a Deus, Dilma, o fato de a nova geração de aloprados do PT ter sido logo flagrada em ação. Imagine se estivessem no ar os programas de propaganda eleitoral dos partidos no rádio e na televisão. E se só então pipocasse a história do dossiê contra Serra e do almoço do assessor de campanha com o delegado especialista em escutas telefônicas clandestinas.
Empenha-se o PT em vender algumas versões do episódio que não resistem a um sopro de criança. Dossiê? “Não havia dossiê”. Ora, há dossiê, sim, e ele segue sendo encorpado. Como o PSDB tem o dele contra Dilma, o PT e o governo. O PT informa que o dossiê não passa de um livro do jornalista Amaury Ribeiro Júnior, a ser postado em breve na internet. Menos!
Há 15 dias, Amaury não tinha um livro. Tinha documentos e a ideia de publicar um livro. Por que participou do almoço onde seu amigo Luiz Lanzetta, assessor de comunicação da campanha de Dilma, disse ao delegado-araponga Onésimo de Souza que precisava saber tudo que Serra fizesse ou falasse? Antes que o espaço acabe, digo que Dilma só agiu contra os aloprados depois de ter sido procurada pela imprensa.
Em telefonema para a direção da revista “Veja”, jurou inocência, pediu um voto de confiança e garantiu punir com rigor quem ferisse a lei. A conferir.
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