quarta-feira, 23 de março de 2011

Governo já assedia o novo PSD

Vaccarezza diz que não fala em "coerência ideológica", mas em formar base

Isabel Braga e Gerson Camarotti

BRASÍLIA. As declarações amistosas do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, em relação ao governo Dilma Rousseff abriram caminho para o assédio do PT ao PSD, partido que está sendo criado pelo prefeito. Ontem, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que vai procurar o deputado Guilherme Campos (DEM-SP), um dos aliados de Kassab, para buscar essa aproximação. Enquanto isso, do outro lado, a debandada do DEM atingiu um dos principais redutos do partido, o Rio, com a saída anunciada de pelo menos dois agora ex-aliados do ex-prefeito Cesar Maia.

Sobre a tentativa de ter o novo partido na base aliada, o petista Vaccarezza minimizou o fato de Kassab ter afirmado que continuará apoiando o governo do tucano Geraldo Alckmin e que manterá parceria com José Serra.

- Eu quero discutir e fortalecer os laços com o novo partido. Não estamos falando de coerência ideológica, mas de base de governo. Se o Kassab e o PSD defendem o governo Dilma, quero incorporá-los à base.

Segundo o deputado Guilherme Campos, Vaccarezza e Kassab já conversaram. Mas afirmou:

- O partido nasce com o espírito independente.

Integrante da Executiva Nacional, a ex-deputada Solange Amaral comunicou ao presidente do partido, senador José Agripino Maia (DEM-RN), a decisão de deixar a legenda. Também ontem, o ex-deputado Indio da Costa, que foi candidato a vice-presidente, criticou pelo Twitter o que classificou de cartório da família Maia, numa clara sinalização de que deve deixar o DEM. A insatisfação é com Cesar Maia, que decidiu comandar o diretório municipal, sendo que o presidente é Paulo Cerri.

- O Cesar Maia não lidera o partido. Ele impõe a sua vontade. Isso que o Cesar está fazendo não vai levar o DEM a lugar nenhum - disse Solange.

FONTE: O GLOBO

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