Gerson Camarotti
BRASÍLIA. O Palácio do Planalto já identificou uma ação coordenada do PR e do deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) que tem irritado muito a presidente Dilma Rousseff. Como forma de pressionar o governo para retomar cargos federais e, com isso, voltar oficialmente à base aliada, o PR tem usado Garotinho para derrubar sessões de interesse do Planalto no Congresso.
Com o argumento de que protesta contra a demora na votação do projeto que anistia os bombeiros do Rio de Janeiro - punidos na última rebelião da categoria -, Garotinho tem trabalhado para dificultar sessões de interesse do governo, segundo interlocutores da presidente Dilma.
No Planalto, essa atitude de Garotinho já é classificada de "chantagem política". O PR foi devidamente avisado que não será dessa forma que vai se reaproximar do governo.
- O Garotinho não quer resolver a questão dos bombeiros. Na verdade ele está usando essa bandeira como desculpa para fazer chantagem política - criticou um emissário do núcleo do governo.
De acordo com relatos, em conversa telefônica com Garotinho, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, garantiu agilizar a votação da anistia aos bombeiros. Disse que o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), já tinha iniciado as negociações e lembrou que foi o PSDB que resistiu a fechar esse acordo. Mesmo assim, Garotinho não aceitou negociar.
- Queremos fazer uma reaproximação com o PR de forma tranquila, mas não dessa maneira - ressaltou um integrante do governo.
Para o Planalto, essa posição de Garotinho foi explicitada na última quinta-feira. Depois de saber que o deputado iria obstruir uma sessão do Congresso, Ideli telefonou para ele sugerindo votar no plenário da Câmara, já na próxima semana, projeto semelhante sobre a anistia aos bombeiros que já tinha sido aprovado no Senado. Mas Garotinho não aceitou a proposta e pediu verificação de quorum, o que inviabilizou a sessão.
FONTE:: O GLOBO
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