quarta-feira, 7 de março de 2012

Para FHC, aliança com socialistas é 'natural'

Gustavo Uribe

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) considera natural a aliança de seu partido com o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, na sucessão à Prefeitura de São Paulo. "Tomara que (o PSDB) consiga", afirmou o tucano ontem, após palestra na capital.

No Estado de São Paulo, o PSB integra o governo Geraldo Alckmin, do PSDB, e no âmbito federal, compõe a base de apoio da presidente Dilma Rousseff, do PT. Anteontem, Eduardo Campos, que também é presidente nacional do PSB, avisou que não decidirá nada sobre alianças em São Paulo antes de junho.

O ex-presidente tucano rebateu também artigo publicado pela revista britânica The Economist, segundo a qual a pré-candidatura tardia do ex-governador José Serra é um sinal do fracasso do PSDB em renovar seus quadros. A mesma opinião foi manifestada na semana passada pelo cientista político e professor do Insper, Carlos Melo. "O PSDB vai bem, tem crescido, tem chances de ganhar em muitos lugares. O resto é especulação sem base", disse.

Fernando Henrique não quis comentar sobre sua entrevista à revista britânica, na qual avaliou que o senador Aécio Neves (MG) é o nome natural do PSDB para a disputa da sucessão da presidente Dilma em 2014. "Hoje não vou falar nada sobre essas questões, só quero falar sobre assuntos internacionais", disse.

Economia. O tucano participou ontem de palestra sobre a crise econômica europeia promovida pela FAAP. Na palestra, avaliou que a União Europeia passa por um processo de socialização das perdas, num cenário de situação fiscal considerado desesperador.

Segundo ele, o primeiro esboço de unificação europeia teve motivação política e, embora se critique a falta de uma unidade fiscal no bloco europeu, havia um arcabouço econômico que não foi respeitado por alguns países que integram o bloco.

O ex-presidente disse ainda que neste cenário de crise tanto governos de direita quanto de esquerda têm sido alijados do poder. E fez uma brincadeira com o PSD, partido criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab: "Até o (partido) do Kassab, que não é de direita ou de esquerda, cairia também".

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

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