Escolha do relator da comissão divide petistas
BRASÍLIA. Publicamente, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, diz que a CPI do Cachoeira é assunto do Legislativo, e que a preocupação do Palácio do Planalto é com a não paralisação das votações. Porém, o governo tenta interferir nas indicações de parlamentares aliados para compor a CPI e na escolha do relator, que será do PT.
A ministra negou que o Planalto queira abafar a investigação:
- Para nós, o foco é continuar as votações. A CPI é uma deliberação do Poder Legislativo - disse ela.
Estimulado pelo ex-presidente Lula, o PT comandou a articulação para criar a CPI. O objetivo dos petistas é expor o relacionamento de Cachoeira com setores da imprensa e sua infiltração no governo do tucano Marconi Perillo (GO).
A ofensiva do PT atropelou a presidente Dilma Rousseff, que ficou irritada com o vídeo gravado pelo presidente do partido, Rui Falcão, afirmando que a CPI servirá para desmascarar os autores da "farsa" do mensalão. Mas quando Dilma se deu conta do tamanho do problema, não havia mais como impedir a CPI. A ordem , agora, é tentar ter um certo controle, com parlamentares de confiança na investigação.
O PT está dividido sobre a escolha do relator. Os mais próximos de Lula, além de setores do PMDB, querem o ex-líder do governo deputado Cândido Vaccarezza (SP). Mas Chinaglia e Ideli preferem outro , como Paulo Teixeira (SP) ou Odair Cunha (MG). Derrubado da liderança do governo, Vaccarezza é desafeto de Ideli. Com ele, o Planalto teme perder o controle sobre a condução dos trabalhos .
FONTE: O GLOBO
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