domingo, 24 de junho de 2012

PT aprova candidatura de réu do mensalão

João Paulo Cunha encara campanha a prefeito como chance de recuperar honra

Sérgio Roxo

SÃO PAULO - Único dos 38 réus do processo do mensalão que irá disputar a eleição deste ano, o deputado federal João Paulo Cunha teve a candidatura a prefeito de Osasco, município de 666,7 mil habitantes na região metropolitana de São Paulo, aprovada na tarde deste sábado pelo PT e disse que a campanha será uma “chance de recuperar a honra”.

Ex-presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo se emocionou ao discursar.

— Nessa campanha queria que cada de um vocês me ajudasse para pedir para o povo a chance de recuperar a minha honra — disse.

Aos militantes petistas, João Paulo contou que a mãe era empregada doméstica e que ele trabalhava desde 9 anos enchendo potes de detergente para ela vender. Afirmou ainda que a patroa da mãe o mandava almoçar do lado da casa.

— Estou no meu quinto mandato de (deputado) federal e moro na mesma casa.

O histórico de vida, de acordo com o próprio deputado, foi destacado para que os militantes tenham coragem de defendê-lo durante a campanha:

— Por onde eu passar, os companheiros podem deixar que eu me defendo. Quando eu não estiver, eu queria que cada companheiro me defendesse — pediu.

O ex-presidente da Câmara fez referência ao episódio em que o líder palestino Yasser Arafat discursou na Assembleia Geral da ONU em 1974 e disse levar um ramo de oliveiras numa mão e um fuzil na outra.

— Trago duas coisas para essa plenária: numa mão um programa de governo para a cidade e na outra mão a minha vida.

Também admitiu viver um momento tenso à espera do julgamento, marcado para agosto.

— Não quero falar muito porque ando igual aquela música (Flor da Pele) do Zeca Baleiro que diz o seguinte: ando tão a flor da pele que até beijo de novela me faz chorar.

O deputado é apoiado, além do PT, por outros 20 partidos, entre eles o DEM. Tem como principal cabo eleitoral, o atual prefeito da cidade, o também petista Emídio de Souza. Mesmo antes do lançamento oficial, João Paulo já estava em ritmo de campanha. Ele tem participado de uma série inaugurações de obras da prefeitura local.

Apesar da ampla aliança, o vice também é petista, o ex-secretário de Obras da cidade Jorge Lapas. João Paulo negou que a escolha seja uma preocupação com uma eventual condenação no processo do mesalão, que o impediria de tomar posse caso eleito.

— É o nome que possibilitou a maior unidade.

João Paulo é réu no processo do mensalão porque sua mulher sacou R$ 50 mil no tempo em que ele era presidente da Câmara da conta da empresa do publicitário Marcos Valério, apontado como operador do esquema. A agência de Valério ganhou uma licitação para prestar serviço para a Câmara, na mesma época. Nas alegações finais do processo do mensalão, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pede a condenação do deputado a uma pena de 10 a 42 anos de prisão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato.

O deputado alega que o saque foi feito para pagar despesas de campanhas em Osasco.

— Era dinheiro do PT.

Questionado se o uso do dinheiro para campanhas também não seria irregular, respondeu:

— Não é crime, não é peculato, não é lavagem de dinheiro — afirmou o deputado.

O ex-presidente da Câmara afirma não temer que o assunto mensalão seja explorado pelos adversários na campanha em Osasco.

— A oposição não vai pode me atacar porque eu que vou falar do mensalão. Quero esclarecer isso. Eu tenho 30 anos de mandato e não tenho um processo na minha vida. Vão falar o que?

FONTE: O GLOBO

2 comentários:

Jose da Mota disse...

Parte 2: Outra parte, voltando ao passado recente repetindo parágrafos que escrevi em outro comentário e até artigos que arrisquei, em meu semi-analfabetismo, sobre o mensalão "como uma tentativa de golpe de estado" no Brasil e dizia, eu, em meu precário conhecimento da política. Que só não aconteceu porque o Supremo Tribunal Federal e principalmente "Gilmar Mendes" se não me engano ainda procurador Geral da União ou já como ministro, juntos, acordaram a tempo e impediram o impeachiment de Lula. Porque até a maioria dos petistas já haviam caído no conto do vigário do mensalão e ameaçavam se rebelar contra o governo.
Hoje, aLguns petistas, desavisados ou influênciados por uma pequena parcela de petistas bloguistas, excluindo espiões infiltrados e traidores , mas incluindo principalmente os que conscientemente por razões meramente pessoais e alteram os rumos desta história por outras intrigas e rusgas principalmente com Gilmar Mendes, e também outros ministros do Supremo Tribunal Federal. Blogueiros indignados que levam outros a tanto, quando deixo comentário dizendo a verdade, que o PT lhe deve gratidão eterna, ao Gilmar Mendes, como à todo o Supremo Tribunal Federal. E deveria agradeço-los com honrarias em nome da pátria, porque sustentaram corajosamente nossa soberania, os três poderes e a democracia.
Pois a rasteira havia sido dada e sorrateiramente rápida, e caso alguém não ficasse de pé logo como o STF e Gilmar Mendes, a derrubada do governo era certeira, estaria concretizada. E alguns blogueiros sujos ou progressistas seja qual nome se dêem ou lhes dêem, atiram à torto e à direita, só que, pela culatra, contra si e o próprio movimento a que fazem parte.
O Golpe Branco que preparam com o mensalão para o Brasil é a médio prazo, primeiro buscarão destruir Zé Dirceu, para enfraquecer Lula seu primeiro alvo, por consequência enfraquecendo ou trazendo Dilma para o lado deles. Como enfraquecer e desmoralizar Lula se ele é um homem forte e íntegro? Enfraquecendo o PT e toda a esquerda que o acompanha, primeiramente nas eleições municipais. Como? Com a artimanha marqueteira que usarão durante a votação do mensalão do PT.
Por amor a pátria não podemos permitir um movimento político golpista como este promovido pelos vende-pátria. Precisamos nos mobilizar, enviar e-mail para o STF e congresso alertando-os para este risco, menor que seja, havendo, o Brasil deve ter todo o cuidado porque nas Américas nós somos o alvo prinicipal, a galinha dos ovos de ouro.
Como já dizia o velho doutor Pignati lá no interiorzão do Mato Grosso: :"Abram o olho companheiros".
José da Mota.

José da Mota disse...

1: "Risco de Golpe Branco armado para o Brasil". Por mais uma vez o Ministro Ayres Brito esta diante do que parece um salto triplo carpado hermenêutico, e por mais uma vez se vê diante da possibilidade de contribuir para evitar mais um risco de um Golpe Branco armado para o Brasil.
Você leitor pode estranhar a princípio as palavras que vou usar, mas não se preocupe porque vou explicar da maneira mais simples até porque sou simples, também não gosto de textos complicados. Mas o golpe branco que planejam para o Brasil é pior do que o que foi dado no Fernando Lugo no Paraguai e tão sério que merece um pouco a mais de nosso esforço para compreende-lo.
Não é hora de fugir da "Realpolitic" pejorativamente (vou explicar mais adiante) e nem do maquiavelismo pejorativamente (também vou explicar mais adiante) e ficar com dedinhos, ofendido e cheio de não me toques. É hora de falar sério. O Brasil é a Galinha dos ovos de ouro das Ámericas e a votação do mensalão apressadamente é a derrubada de nossa democracia a médio prazo, arranjado pelos vende-pátria. Não será bom nem para situação e pior ainda para a oposição. Pois no fim seria uma guerra à mão armada.
Vou por partes porque o momento é crítico para todos nós. Primeiro explicando o que é a Realpolitic "pejorativamente", Realpolitic é alemão e quer dizer Realítica Política, diplomacia, a prática em detrimento de noções ideológicas, já o termo usado pejorativamente, quer dizer políticas que são coercitivas, imorais ou maquiavélicas "pejorativamente", por que Maquiavel escreveu um livro O Príncipe, considerado cabeceira de cama de todos os Reis e políticos porque os ensina a governar em várias hipoteses de principados, direções que um governo pode tomar em situações que surjam de surpresa com atitutos boas ou más para manter o seu principado. E Maquiavel e Nietsche defendem a "Realpolitic" pejorativa como um tipo de realismo político, maquiavélico no pejorativamente que "Realpoliticmente dizendo" não é, pejorativamente, é o real da política como o "Realpolitic" pejorativamente não é, pejorativamente, é o real. E é o que esta arriscando a acontecer no Brasil, políticas coercitivias, imorais e maquiavélicas.
Estamos no auge do Maquiavelismo e da Realpolitic em seu uso pejorativo, em pleno vapor. A arapuca esta armada.