Diretório estadual tucano, sem nomes competitivos, fala em Malan, Franco, Armínio e Bacha, que não demonstram entusiasmo
Luciana Nunes Leal
RIO – Sem candidatos competitivos no Rio de Janeiro desde meados dos anos 1990, o PSDB está em busca de um nome para disputar a sucessão do governador Sérgio Cabral (PMDB) em 2014 e oferecer um palanque forte ao provável candidato tucano à Presidência da República, o senador e ex-governador mineiro Aécio Neves. Uma tarefa árdua.
O plano de fugir dos políticos tradicionais esbarra na falta de entusiasmo dos escalados pelo partido, quatro economistas de destaque no governo Fernando Henrique Cardoso: o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan; os ex-presidentes do Banco Central Gustavo Franco e Armínio Fraga e um dos pais do Plano Real, Edmar Bacha.
Depois de Armínio declarar que não é "do ramo" nem tem vocação para a disputa eleitoral, Bacha também anunciou que não pretende concorrer ao governo. "Tem muita gente na minha frente", brincou o economista. "Pode me cortar", afirmou Bacha, que disse torcer para o partido encontrar um nome forte para disputar o governo do Rio.
Formuladores. Aécio tem conversado com Malan, Armínio e Bacha, e conta com eles como formuladores do discurso para a candidatura presidencial de 2014. "Em outras eleições majoritárias já cogitamos os nossos economistas, mas nunca se concretizou. Agora, com o projeto da presidência, Aécio pode motivá-los", diz o presidente do PSDB-RJ, Luiz Paulo Corrêa da Rocha.
Desde a eleição de Marcello Alencar para o governo do Rio, em 1994, o PSDB tem sido mal sucedido na disputas e muitas vezes abriu mão de candidatura própria. Derrotado na eleição municipal de outubro passado, quando o prefeito Eduardo Paes (PMDB) foi reeleito no primeiro turno, o deputado tucano Otávio Leite, que teve apenas 2,5% dos votos, considera "indispensável" que o partido encontre um candidato já em 2013.
Freixo. Otávio Leite causou estranheza no PSDB ao declarar que o partido devia levar em conta a alternativa da candidatura do deputado Marcelo Freixo (PSOL), segundo colocado na disputa pela prefeitura do Rio no ano passado, com 28% dos votos. O tucano esclareceu que não falava em aliança com o PSOL, mas na importância de haver muitos candidatos à sucessão de Cabral.
"É bom que o Freixo seja candidato em uma eleição que terá o Pezão (vice-governador Luiz Fernando Pezão), o Lindbergh Farias (senador do PT), o Anthony Garotinho (ex-governador e deputado pelo PR). Mas o projeto Aécio 2014 implica em criar um palanque e uma plataforma no Rio, com candidatura própria ao governo colada em Aécio", afirma o deputado.
Freixo encarou como "elogio" a declaração de Otávio Leite, mas não só descarta a aliança com o PSDB como sequer cogita disputar o governo do Estado. "Pelo próprio estatuto do PSOL não temos aliança com partidos tão distantes de nós, como o DEM e o PSDB. A candidatura a governador não está nos meus planos. A gente tem que saber dar os passos certos na hora certa", disse Freixo.
O plano do deputado é disputar a reeleição para a Assembleia Legislativa e voltar a concorrer à prefeitura do Rio em 2016.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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