Ex-presidente deve priorizar SP, Minas e redutos governados por seu partido
Estados em que base aliada está dividida, como Rio e Maranhão, podem ficar sem a presença do petista
Patrícia Britto, Diógenes Campanha – Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - Principal fiador político dos candidatos do PT, o ex-presidente Lula já prepara o roteiro que fará pelo país a partir de maio, na corrida pela reeleição da presidente Dilma Rousseff e pela vitória em disputas estaduais.
A cúpula petista trabalha para definir os Estados que receberão visitas do ex-presidente. São três prioridades: aqueles de maior peso eleitoral, redutos governados por petistas e onde há aliança pacificada com siglas da base.
No primeiro grupo estão São Paulo e Minas Gerais, onde Lula já vem participando de atos com jeito de campanha desde fevereiro --foi ao palanque de Fernando Pimentel, em Minas, e a três cidades paulistas ao lado de Alexandre Padilha.
Também são considerados importantes para o partido os redutos dos quatro governadores petistas: Bahia, Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Acre. Nos três últimos, o governador tentará a reeleição.
Outro Estado que estará no roteiro de Lula é Pernambuco, terra natal do ex-presidente e do pré-candidato Eduardo Campos (PSB). O PT local aposta na imagem de Lula para enfrentar a popularidade do ex-governador Campos. "A participação dele e a ida de Dilma serão fundamentais ", diz o senador Humberto Costa (PT-PE).
Ainda deverá pesar na escolha a presença de rivais, como ocorreu nas eleições municipais de 2012. Naquele ano, ele fez questão de ir a Salvador e a Manaus para tentar tirar votos de ACM Neto (DEM) e de Arthur Virgílio (PSDB), nomes com quem teve rusgas em seu governo.
Agora, são esperadas as visitas ao Paraná, onde Gleisi Hoffmann (PT) disputa contra o governador Beto Richa (PSDB), e a Goiás, onde a chapa petista, ainda em definição, irá enfrentar o governador Marconi Perillo (PSDB).
Base dividida
Os casos com mais de um candidato da base governista, como Rio e Maranhão, ainda não foram definidos. Por enquanto, parte da cúpula petista avalia que a ida de Lula a esses Estados causaria constrangimento a aliados.
"A presença do Lula será discutida na campanha. Tem Estados que hoje precisam mais dele do que nós", diz o presidente estadual do PT-RJ, Washington Quaquá.
Outra vertente defende que a preocupação de não melindrar aliados cabe a Dilma, mas não a Lula. "Ela [Dilma] tem que fazer uma leitura [sobre quais palanques visitar] a partir das convenções [dos partidos da base], porque tem uma composição de alianças. O Lula não, é um quadro partidário", afirma Ary Vannazi, presidente do PT-RS.
Algumas regras serão definidas para balizar o roteiro de Lula. Uma já está combinada: ele não deverá ir a Estados onde houver aliança do PT com o PSDB, DEM ou PPS.
É o caso de Mato Grosso do Sul, onde está em articulação aliança entre o senador Delcídio Amaral (PT), pré-candidato ao governo, e o tucano deputado Reinaldo Azambuja, que pleiteia disputar o Senado com apoio petista.
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