- Correio Braziliense
Dilma e a reforma
Já está nas mãos da presidente Dilma Rousseff a análise da reforma política, que teve como relatores os cientistas políticos Murillo de Aragão e José Moroni. Aragão foi direto ao dizer em alto e bom som à presidente que a reforma só avançará se houver um pacto republicano, envolvendo os Três Poderes. Além disso, é preciso fazer isso em etapas, como ocorreu na reforma sistema financeiro internacional, com os acordos de Basiléia 1, 2 e 3, que elevaram o padrão de segurança e de liquidez dos bancos no mundo.
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Dilma respondeu que os poderes Executivo e Judiciário querem a reforma. Não mencionou o Poder Legislativo. Sinal de que não acredita no empenho do Congresso para aprovar as propostas em discussão. Esse parece mais um ponto que manterá afastada a presidente dos congressistas.
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Em tempo: a elaboração do texto, liderada por Aragão e Moroni, teve a participação do ex-presidente da OAB Cezar Brito, do ex-governador do Rio Grande do Sul Germano Rigotto, e de dom Demétrio, da CNBB.
O homem-bomba
O ex-vice presidente da Câmara André Vargas está tirando o sono da cúpula petista. Ao se sentir abandonado, vive altos e baixos. Na baixa, jura que não ficará sozinho no porão da política. Já tem gente sentindo falta de José Dirceu que, em situações difíceis, sempre convencia seus companheiros a não envolver todo o PT. Até porque, nesse caso, juram alguns, o PT não está diretamente relacionado ao problema.
Seguro de viagem
Antes de seguir para a China, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), garantiu que o DEM, do senador José Agripino (RN), não dará legenda para a governadora Rosalba Ciarlini concorrer à reeleição no Rio Grande do Norte. A ordem do PMDB por lá é fazer parceria com o DEM.
Nunca antes…
Na reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, semana passada, a presidente Dilma testou o velho bordão de Lula “nunca antes na história desse país…”, que voltará com força na campanha reeleitoral. Ela afirmou que nunca foram construídos ou ampliados metrôs em nove capitais simultaneamente, como é feito agora. E dê-lhe a citar BRTs, VLTs e todas as obras em aeroportos.
Dúvida cruel/ Com tantas convenções partidárias marcadas para 10 de junho, às vésperas da abertura da Copa, os tucanos estão com dificuldade para dar a largada oficial da candidatura de Aécio Neves nessa data, em São Paulo, que estará no clima do jogo inaugural, no Itaquerão. Há quem defenda o adiamento… A decisão sai na terça-feira, na reunião da Executiva do partido.
Em solo cearense/ Aécio fala hoje à noite à Rádio Verdes Mares, uma das mais tradicionais do Ceará. A desculpa é responder às críticas feitas pelo ex-ministro Ciro Gomes, mas tudo o que Aécio deseja por lá é tirar uma lasquinha da vantagem eleitoral de Dilma Rousseff.
Por falar em Ceará…/ E não é que o governador Cid Gomes terminou mesmo tirando férias? Só volta a trabalhar depois do dia 25. E olha que, há uma semana e meia, ele havia garantido que não sairia do posto justamente para não deixar o líder do PMDB, Eunício Oliveira, se aproximar do PT. O governo está a cargo do desembargador Gerardo Brígido, num momento em que quatro desembargadores do estado estão sob investigação no Conselho Nacional de Justiça. Que coisa…
Bruno na lida/ Bruno Dantas, hoje consultor jurídico da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), já começou a percorrer os gabinetes dos senadores em busca de votos para o Tribunal de Contas da União (TCU). Sabe como é, o Senado está de um jeito que não dá para confiar apenas no poder dos padrinhos formais, no caso, Renan Calheiros e José Sarney.
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