- Folha de S. Paulo
Cada um por si
A nova estratégia de demarcar diferenças com Aécio Neves (PSDB) e o veto de Marina Silva levaram Eduardo Campos (PSB) a reavaliar a aliança com o PSDB em Minas Gerais. Na quinta-feira, quando visitou Uberaba e Uberlândia, o pessebista deflagrou conversas para lançar candidato próprio no Estado, base política do presidenciável tucano. O eventual rompimento do pacto de não agressão, no entanto, levaria o PSDB a abandonar o palanque de Campos em Pernambuco.
Sonho meu A ala paulista do PSB espera que, se Campos atender Marina e lançar candidato em Minas, ela possa aceitar o apoio do partido a Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo. O candidato e a vice conversariam ontem.
Território A vantagem de Aécio na região Sudeste, onde empata tecnicamente com Dilma Rousseff, também encorajou a equipe de Campos, que apresenta desempenho pífio (7%), a considerar a mudança de tática na região mais populosa do país.
Alfabeto O QG de Dilma comemorou a recuperação da presidente nas grandes cidades, mostrada pelo Datafolha, como um dos principais dados de que ela estancou a queda nas pesquisas. A avaliação é que a curva da intenção de voto na petista descreverá um "U", voltando a subir nos próximos levantamentos.
Aos poucos O comando da campanha de Aécio creditou o crescimento do tucano à propaganda do partido, em abril, centrada na imagem do candidato. A expectativa é que ele suba em ritmo mais lento até agosto, quando começa o horário eleitoral.
Fatiado No discurso que fez a empresários do setor de varejo, na quinta-feira, Dilma disse que a eficiência do Estado deve ser atingida em etapas. "Uma reforma do Estado é por partes. Como diria o esquartejador, tem que ser por partes", afirmou, provocando risos ao se confundir na citação a Jack, o Estripador.
No bolso 1 Dilma perdeu quatros pontos no eleitorado de renda mais baixa. A presidente, que tinha 47% nesse grupo na pesquisa anterior, agora aparece com 43%. Já Aécio foi de 10% para 16% entre os mais pobres.
No bolso 2 Na classe média (de 5 a 10 salários mínimos), o tucano agora aparece na frente da presidente: subiu de 23% na pesquisa de abril para 30%. Dilma oscilou de 25% para 26%.
Das ruas Campos foi o candidato que mais cresceu entre os jovens: passou de 10% para 14% no grupo de eleitores de 16 a 24 anos. Dilma caiu de 43% para 39% e Aécio passou de 14% para 16%, na margem de erro.
Do contra Dos eleitores que declaram voto em branco ou nulo, 47% dizem que não votariam em Dilma "de jeito nenhum". Aécio e Campos são rejeitados por menor parcela desse grupo: 27%.
O cara Dois em cada três eleitores de Aécio e Campos dizem rejeitar voto em Dilma, mas só 39% dos tucanos e 33% dos pessebistas dizem que não votariam em Lula.
DNA Metade dos eleitores que consideram Lula o mais apto a fazer mudanças declaram voto em Dilma. Ela tem 52% no grupo, contra 9% de Aécio e 8% de Campos.
Órfãos Outros 15% dos admiradores da capacidade de Lula declaram voto em branco ou nulo no cenário em que ele não é candidato.
Uni-duni-tê Eleitores de Dilma demonstram mais convicção no voto: 59% dos seus eleitores dizem que ela é a candidata "ideal". Já 52% dos aecistas e 62% dos partidários de Campos declaram voto nos oposicionistas porque "não há opção melhor".
Tiroteio
"A decisão é compatível com seu estilo. Como deputado do PT, vou apoiar todas as decisões que ele tomar, ainda que não concorde."
DE CANDIDO VACCAREZZA (PT-SP), que se opôs a Arlindo Chinaglia na eleição à vice-presidência da Câmara, sobre a exoneração de funcionários do gabinete.
Contraponto
Nos olhos de quem vê
Em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, em março, a deputada estadual tucana Célia Leão fazia elogios ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) em seu discurso.
--O senhor é tão bom que não precisa mexer um fio de cabelo! --brincou.
Diante das risadas pela calvície do aliado, ela corrigiu:
--Ops, tão bom que não precisa mudar nada!
Na sua vez de discursar, Alckmin não perdeu a chance de responder à correligionária.
--Obrigado, deputada Célia Leão, mas preciso registrar que é dos carecas que elas gostam mais.
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