Folha de S. Paulo
Republicano venceu bem e deve obter domínio
sobre Congresso para tentar implementar promessas
O mundo não acaba com a eleição de Donald Trump,
mas se torna um lugar mais sombrio e mais perigoso também.
Uma primeira observação é que Trump venceu bem. Superou a rival no colégio eleitoral e no voto popular e é quase certo que seu partido controlará as duas Casas do Congresso. A maioria da Suprema Corte ele já tinha. O ex e futuro presidente não encontrará, portanto, grandes impedimentos para implementar suas principais promessas. É aí que mora o perigo.
Suas ideias econômicas têm potencial para
desencadear uma guerra comercial em escala planetária. Seus posicionamentos
geopolíticos fragilizam ainda mais o já combalido sistema internacional baseado
em algum multilateralismo e respeito a regras.
E fica pior. Seu negacionismo climático, com
a possível retirada dos EUA dos acordos de
Paris, torna quase impossível reduzir as emissões de gases-estufa na
proporção necessária para evitar cenários catastróficos. Num plano já mais
simbólico, sua recondução ao poder reforça o estatuto de autocratas, o
populismo de extrema direita e o vandalismo institucional.
Daria para alongar a lista de problemas, mas
não quero terminar a coluna num tom tão pessimista. A democracia funciona como
um sistema homeostático. Se Trump de fato impuser tarifas a todos os produtos
importados e expulsar milhões de imigrantes, provocará um surto inflacionário
nos EUA que terá efeitos tóxicos sobre as pretensões eleitorais dos
republicanos no pleito de meio de mandato de 2026.
Algo parecido vale para todas as outras
falsas soluções que ele vende. Programas populistas desvairados em algum
momento se chocam com a realidade, produzindo frustração.
Vale destacar ainda uma especificidade da
política americana. Nos EUA é praticamente impossível aprovar emendas
constitucionais que não reflitam amplos consensos. Isso reduz, embora não
elimine, a perspectiva de Trump usar sua maioria legislativa para fincar-se no
poder. Ele não poderá, por exemplo, retirar da Constituição o dispositivo que
lhe veda disputar um terceiro mandato.
Um comentário:
Quanta narrativa falsa impressionante a esquerda foi nocauteado pelo povo americano porque entendeu na na na Harrison ameaça verdadeira o futuro do país e fica agora esse jornalista militantes choramingando igual viúva desamparada que coisa feia prevendo coisas que nunca acontecerão
Mas como dizia Malu : o choro é livre!
E o Barroso : perdeu mané não amola!!
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