O Estado de S. Paulo
É salutar observar que mercado privado e fundos públicos têm apresentado expansão de forma complementar
O financiamento é fundamental para
impulsionar os investimentos de forma a sustentar o crescimento econômico de
longo prazo. É, neste ponto, salutar observar que mercado privado e fundos
públicos têm apresentado expansão de forma complementar. Os bancos públicos,
especialmente o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),
têm cumprido um importante papel nesse sentido, tanto no financiamento e
participação na forma de private equity quanto na estruturação de Parcerias
PúblicoPrivadas (PPPs) e concessões públicas ao setor privado.
No mercado financeiro privado, as empresas captaram R$ 541 bilhões entre janeiro e setembro de 2024, maior volume da série iniciada em 2012, e 15,9% superior ao período homólogo de 2023. As emissões de debêntures chegaram a R$ 325,6 bilhões, especialmente em infraestrutura e gestão ordinária. A distribuição por setores aponta para energia elétrica com 23,5%, transporte e logística com 16,5%, e saneamento com 8,6%.
Essa expansão ocorreu concomitantemente ao
retorno do BNDES como fomentador da infraestrutura, indústria e serviços. Mais
uma evidência de que o BNDES não compete, ao contrário, incentiva o
desenvolvimento do mercado de capitais.
Nos primeiros nove meses de 2024, as
consultas ao BNDES somaram R$ 258,9 bilhões, o que significou uma ampliação de
30%, comparativamente ao período homólogo de 2023, e 153% maior em relação a
2022. Os desembolsos no mesmo período atingiram R$ 87 bilhões, crescimento de
15% sobre 2023 e de 38% em comparação a 2022.
A inadimplência é próxima de zero, em razão
dos rígidos padrões de exigências de garantias seguidos nas operações. O banco
tem sido considerado pelo segundo ano consecutivo o ente estatal mais
transparente, pelos órgãos de controle Tribunal de Contas da União (TCU) e
AdvocaciaGeral da União (AGU).
Da mesma forma, as aprovações de crédito,
importante sinalizador de futuros desembolsos, apresentaram crescimento em
todos os setores, atingindo R$ 137,4 bilhões, um desempenho 39% maior
comparativamente ao mesmo período de 2023 e 108% maior sobre 2022. A indústria
foi destaque, com o maior crescimento: de 108% em relação a 2023 e de 263% ante
2022. A carteira de crédito expandida atingiu o volume de R$ 550,3 bilhões em
30 de setembro de 2024.
A combinação entre financiamento público e
mercado privado tem sido, e continuará sendo, fundamental para os aportes em
infraestrutura, indústria, comércio e serviços, no fomento à transição
energética, nas demandas das crises climáticas, na digitalização e inclusão
social, assim como para o desenvolvimento brasileiro. •
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