Ministério também retoma pagamentos de aditivos de obras do Dnit sem divulgar resultado das investigações
Fábio Fabrini e Carolina Brígido
BRASÍLIA.Após 30 dias de suspensão por conta de denúncias de corrupção, o Ministério dos Transportes liberou ontem o pagamento de aditivos contratuais e o andamento de 165 licitações do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), mas não apresentou conclusões sobre a regularidade dos processos. Sob suspeitas de favorecimento e cobrança de propina, as concorrências foram temporariamente paralisadas por ordem do Planalto.
Na manhã de ontem, o ministério informou em nota que, com a recomposição provisória da Diretoria Colegiada do Dnit - três dirigentes interinos foram nomeados anteontem -, "o órgão retomará a normalidade de sua rotina administrativa". Após ser questionado pelo GLOBO sobre a apuração de irregularidades, divulgou outra nota explicando que a retomada das licitações será limitada.
Conforme o comunicado, a suspensão foi retirada para projetos, obras e serviços de manutenção e operação das rodovias, cujo prosseguimento seja "essencial à garantia da segurança de pessoas e do patrimônio público federal". A liberação vale para aditivos e licitações sob responsabilidade de Brasília e também das superintendências estaduais, que continuam ocupadas por apadrinhados do PR, boa parte ligadas à cúpula recém-demitida. No caso da Valec, estatal que cuida das ferrovias, a suspensão foi prorrogada por mais 30 dias.
Os dois cargos mais importantes vão ser ocupados por engenheiros de formação militar. Com fama de durão, o general de divisão Jorge Ernesto Pinto Fraxe comandava a Diretoria de Obras de Cooperação, braço do Departamento de Engenharia de Construção, que toca as obras rodoviárias do Exército, em parceria com o Dnit. O Ministério Público Militar apura desvios em várias delas, entre 2005 e 2009. Na Diretoria Executiva, assume o auditor da CGU Tarcísio Gomes de Freitas.
FONTE: O GLOBO
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