O presidente do PSB, governador Eduardo Campos (PE), dirá hoje às lideranças paulistas da sigla que a movimentação pró candidatura de José Serra à Prefeitura não tem validade. Campos não descarta intervir no diretório local do PSB para que se feche a aliança em torno de Fernando Haddad. Já o ministro da Pesca, Marcelo Crivella, apoiou Haddad ao afirmar que ele não produziu o kit anti-homofobia. Mas ressaltou que seu partido, o PRB, terá candidato próprio, o ex-deputado Celso Russomano
PSB ameaça intervir em diretório paulista favorável à aliança com Serra
Sucessão em SP. Eduardo Campos, presidente da legenda socialista, dirá às lideranças paulistas da sigla que a movimentação pró candidatura do ex-governador tucano não têm validade; ele trabalha por acordo com o pré-candidato petista, Fernando Haddad
João domingos, Julia Duailibi
BRASÍLIA, SÃO PAULO - Na tentativa de solucionar o impasse sobre o rumo do PSB na eleição municipal em São Paulo, o presidente do partido, governador Eduardo Campos (PE), dirá hoje às lideranças paulistas da sigla que as movimentações pró candidatura do ex-governador tucano José Serra à Prefeitura não têm validade nenhuma. Campos não descarta uma intervenção no diretório local do PSB para que seja fechada a aliança em torno do candidato do PT, Fernando Haddad.
O PSDB, por outro lado, colocou em campo uma operação para evitar que o PSB escolha o PT como parceiro na eleição paulistana. Com a ajuda do prefeito paulistano, Gilberto Kassab (PSD), os tucanos querem o apoio da sigla a Serra, que conversou com os líderes do PSB no Estado e na capital com o objetivo de segurá-los na coligação liderada pelo PSDB. Em São Paulo, os socialistas fazem parte do governo tucano de Geraldo Alckmin e estão alinhados à gestão Kassab.
Campos aproveitará sua passagem hoje por São Paulo para conversar com esses dirigentes do PSB. Vai lembrá-los de que o último congresso do partido, em novembro, decidiu que todas as alianças para as eleições em capitais e cidades com mais de 200 mil habitantes têm de ser homologadas pelo diretório nacional.
Como os socialistas só se aproximaram de Serra, sem uma decisão tomada pelo diretório, Campos não anunciará uma intervenção. Mas deixará claro que ela poderá ocorrer, caso os paulistas insistam em ficar do lado tucano.
Campos conversou com a presidente Dilma Rousseff e com o ex-presidente Lula sobre a situação em São Paulo. Cotado para vice do PT na eleição presidencial de 2014, o governador tem interesse em se tornar um aliado prioritário dos petistas.
Kassab chamou ontem o presidente do PSB municipal, Eliseu Gabriel, para uma conversa. Mostrou disposição de colaborar com a eleição dos vereadores da sigla, caso seja feita a aliança. Gabriel, que já trabalhou com Serra no governo Franco Montoro (1983-1987), reuniu-se com o ex-governador na semana passada. O presidente do PSB estadual, Marcio França, secretário de Turismo de Alckmin, conversou com Serra sobre a coligação.
"Vamos analisar a questão. A opinião do presidente do partido tem muito peso. Nós, no entanto, achamos mais natural caminhar com o governador Alckmin", declarou França. Serra também ligou para o pré-candidato a prefeito do PSB em Campinas, Jonas Donizette, para pedir a ele que atue em favor da aliança na capital. Alckmin condicionou o apoio do PSDB a Donizette à uma coligação em São Paulo.
O PSDB pretende apoiar o PSB em cidades do interior e do litoral, como Campinas, São José do Rio Preto, Guaratinguetá, Limeira, São Vicente e Peruíbe, em troca do apoio na capital.
Orientação. Segundo interlocutores de Campos, a situação em São Paulo é bem entendida pela direção. Mas a política de alianças para a disputa pela Prefeitura terá de ser a que vier da orientação da presidência do partido.
Em 2010, uma parte do PSB defendia a candidatura do ex-ministro Ciro Gomes (CE) à Presidência. Mas Campos apoiava a aliança com o PT, que lançaria Dilma à sucessão de Lula. O diretório nacional interveio e fechou a coligação com os petistas.
Ainda em 2010, os deputados Marcondes Gadelha e Manoel Junior defendiam aliança do PSB com o candidato José Maranhão (PMDB) ao governo da Paraíba, contra a candidatura de Ricardo Coutinho. De novo houve intervenção do diretório nacional, e o PSB lançou Coutinho.
Campos foi um dos articuladores de uma aliança de Kassab com o PT para apoiar Haddad. Mas quando Serra resolveu concorrer à Prefeitura, o prefeito voltou-se para os tucanos. Assim que tomou a decisão de não mais apoiar Haddad, Kassab ligou para Campos, falou da intenção do ex-governador de concorrer e de seu compromisso com ele.
Sem condições de mudar a decisão de Kassab, Campos ligou para a presidente Dilma para avisar que Serra iria concorrer à Prefeitura de São Paulo. E que a notícia havia sido dada por Kassab, justamente no momento em que o prefeito promovia uma movimentação muito forte para se aproximar do PT.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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