quinta-feira, 28 de junho de 2012

Kassab e grupo de Alckmin disputam vice de Serra

Ex-governador só vai escolher parceiro de chapa quando Supremo julgar tempo de TV do PSD; tucanos defendem nome da própria sigla

Julia Duailibi, Bruno Boghossian e Vannildo Mendes

Os partidos que apoiam a candidatura de José Serra (PSDB) a prefeito de São Paulo entraram numa queda de braço para indicar o vice na chapa tucana, intensificando a polarização entre o PSD, de Gilberto Kassab, e aliados do governador tucano Geraldo Alckmin.

A pressão cresce diante da indefinição da Justiça sobre o pedido do PSD para aumentar o seu tempo na propaganda eleitoral. Assim, a sigla poderia se cacifar para indicar o ex-secretário Alexandre Schneider. Ontem, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o julgamento de uma ação que pretende impedir a ampliação do espaço do PSD na TV.

Para pressionar Serra, o PSDB emitiu um manifesto - com a anuência do presidente municipal do partido, Julio Semeghini, aliado de Alckmin - em que pede que a vice fique com o partido. O mais cotado para o posto é Andrea Matarazzo, ex-secretário de Cultura e amigo de Serra.

Diante da ação tucana, o PR, aliado de Kassab, também ameaçou pedir a vice. "O PR abriria mão da indicação do vice se este nome saísse dos quadros do PSD", afirmou, em nota, o presidente municipal do partido, Antonio Carlos Rodrigues.

A polarização é reflexo do racha no PSDB na eleição de 2008, quando Alckmin foi derrotado por Kassab. Também passa pela disputa de 2014, quando o prefeito pode ser adversário do tucano em seu projeto de reeleição.

O grupo de Alckmin acredita que pode contar com o apoio do DEM para emplacar Matarazzo. Atualmente, o partido é o aliado de Serra com o maior tempo de TV e pretende indicar Rodrigo Garcia para a vaga, mas enfrenta oposição do PSD. O presidente municipal do DEM, Alexandre de Moraes, disse que "aguarda reunião com Serra, que é quem vai definir a questão e conhece as pretensões do partido".

Segundo a Justiça Eleitoral, apenas o PV apresentou a ata na qual oficializa o apoio ao PSDB. Com as atas abertas, as legendas aliadas podem, em tese, alterar a coligação. O DEM tem outra convenção marcada no fim de semana, na qual poderia rever o apoio ao PSDB.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

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