• Futuro secretário destaca impacto nacional em projetos como rodovias e infraestrutura para portos de Santos e S. Sebastião
Ricardo Chapola - O Estado de S. Paulo
Principal braço político do governador Geraldo Alckmin (PSDB), o futuro chefe da Casa Civil, Edson Aparecido, disse em entrevista ao Estado que as obras que o tucano prometeu entregar no próximo mandato terão "significado para o País", e não só para São Paulo.
Aparecido retornará a uma das pastas mais importantes do governo no mandato que servirá de vitrine para uma eventual candidatura de Alckmin à Presidência em 2018.
Segundo o chefe da Casa Civil, a aliança do PSDB paulista com o PSB, que indicou o vice-governador eleito, Márcio França, é um primeiro passo para "construir uma relação no plano nacional ao longo dos próximos quatro anos".
Na campanha, o governador prometeu inaugurar mais de 100 quilômetros de metrô, obras de combate à crise de abastecimento e monitoramento eletrônico de segurança. Essas obras serão bandeiras de campanha para uma eventual candidatura à Presidência em 2018?
O que o PSDB construiu ao longo do tempo em São Paulo foi uma saúde financeira capaz de fazer com que os grandes investimentos pudessem ser feitos no ritmo das necessidades do Estado. Nesse governo que está se encerrando, o governador conseguiu preparar um conjunto de obras de enorme relevância e que deverão ser entregues ao longo desses quatro anos. Vamos ter sete linhas de metrô sendo construídas ao mesmo tempo. Vamos ter o último trecho do Rodoanel. O governador acabou de assinar o contrato da duplicação da (Rodovia dos) Tamoios no trecho da serra. Deve lançar em janeiro o túnel ligando Santos ao Guarujá, para aumentar a capacidade do porto. Não é só para infraestrutura de São Paulo. É para a infraestrutura do País. Quando você aumenta a capacidade do porto de Santos, quando você duplica uma rodovia para aumentar a capacidade do porto de São Sebastião, você está aumentando a capacidade da infraestrutura do País como um todo. O Ferroanel, que estamos fazendo em parceria com o governo federal, é de importância nevrálgica para a região metropolitana de São Paulo. É evidente que são obras que têm significado não só para São Paulo, mas para o País.
O PSDB perdeu o comando de Estados importantes nas eleições deste ano, em especial Minas. No que isso afeta a construção da candidatura do PSDB à Presidência em 2018?
Foi uma perda importante. Historicamente, os dois maiores Estados, há muito tempo, vinham sendo dirigidos pelo PSDB. São Paulo continua, Minas nós perdemos. É evidente que isso tem impacto, primeiro sob ponto de vista da repercussão no Estado, bem como do ponto de vista da repercussão nacional. Nada que o partido não possa lá se reestruturar. Lá o partido vai se preparar para recuperar o Estado rapidamente. Não tenho dúvida disso.
O que Alckmin tem que Aécio Neves não tem, e vice-versa?
Cada um tem sua formação política, sua visão de mundo. Eu acho que isso é que é importante num partido político. Ter figuras e lideranças do porte do governador e do Aécio. Cada um tem seu estilo, tem seu jeito. Eu acho que eles se complementam. E é isso que fez com que o partido tivesse o resultado eleitoral (em São Paulo).
Aqui em São Paulo, o governador terá um vice do PSB. Com perspectivas futuras, no que isso ajuda para uma nova candidatura tucana à Presidência?
Ajuda o partido nacionalmente. O que a gente fez aqui foi um fato histórico. A gente conseguiu atrair um partido que sempre esteve no campo da oposição, embora sempre tenha tido excelente relação, uma relação respeitosa com o PSDB. Acho que isso abre uma perspectiva de a gente poder construir uma relação com o PSB no plano nacional ao longo dos próximos quatro anos e fazer com que os dois partidos estejam juntos num próximo desafio presidencial.
Como fazer para que o cartel de trens não se torne um ponto de questionamento em 2018?
A gente já passou pelo episódio na eleição estadual. Conseguimos mostrar que o governo foi vítima disso. Se teve alguma articulação do cartel, ela se deu no campo das empresas. Não no campo da articulação do governo com as empresas. Acho que foi tão bem feita, tão verídica e tão contundente a defesa do governo do Estado que esse episódio praticamente não surgiu na eleição estadual. Nós até imaginávamos, no início da campanha, os pontos que mais impactariam na eleição: a questão do cartel, a segurança pública, a crise hídrica e os 20 anos do PSDB no poder. Se for fazer uma comparação de todas essas quatro questões, o que talvez menos tenha afetado ou surgido no debate da campanha foi o cartel.
Qual a diferença do cartel de trens para o da Petrobrás?
São coisas bastante diferentes. Efetivamente, no episódio da Petrobrás, estão surgindo fatos. E esses fatos, de alguma maneira, têm uma comprovação importante, um leque de envolvimento mais amplo. Aqui (em São Paulo) a gente conseguiu dar uma resposta contundente à questão, mesmo quando se tentou politizar, fazer o envolvimento de políticos nessa questão. E a própria Justiça, ao longo do tempo, está se posicionando em relação a isso.
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