O Globo
Investidores não acreditam na agenda
liberal deste governo e veem poucas chances de reviravolta no quadro eleitoral
O mercado financeiro deu de ombros para
a notícia
que pode envolver Bolsonaro nos supostos escândalos de corrupção no MEC. O
índice Ibovespa manteve uma leve alta de 0,5%, e o dólar, que também estava
subindo, continuou no mesmo patamar, com valorização de 0,39%, para R$ 5,26.
Existem três explicações para isso. Primeiro, o mercado, a cada dia que passa, não enxerga este governo como liberal, como já chegou a acreditar no início do mandato. Além disso, o temor sobre Lula existe, mas não é tão grande como foi em 2002. Terceiro, as apostas são baixas de que Bolsonaro conseguirá virar o quadro eleitoral.
Na visão do economista Eduardo Velho, sócio
da gestora de recursos JF Trust, o que mais pesa é a visão negativa sobre a
agenda liberal deste governo, que tem aberto as portas dos gastos na tentativa
da reeleição.
- Acho que a política econômica já perdeu a
credibilidade em relação ao liberalismo de Guedes e a efetiva capacidade de
fazer ajustes estruturais adicionais como foi o caso de Temer com a regra do teto
e a reforma trabalhista - explicou.
Se o temor sobre Lula fosse grande, uma
notícia contra Bolsonaro traria reação imediata dos ativos. Mas não foi isso
que aconteceu. O efeito seria o mesmo se os investidores apostassem em uma
arrancada do atual presidente, a 100 dias do primeiro turno.
Ao que tudo indica, uma vitória de Lula já parece estar no preço dos ativos, como dizem os investidores. O que pode mudar esse quadro é o caminho que seguirá o PT na política econômica.
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