Folha de S. Paulo
Ambos fazem de tudo para conseguir a
reeleição, usando de expedientes secretos
Eleitos na onda falsamente apolítica e
terrivelmente evangélica de 2018, Bolsonaro e Cláudio Castro são farinha
do mesmo saco roto. Hoje desmascarados em suas intenções golpistas e
corruptas, o medo de um é o medo do outro: a cadeia.
A exemplo do presidente, o governador —que assumiu após o impeachment relâmpago de Wilson Witzel— aposta tudo e usa todos os meios para conseguir a reeleição. Ainda não falou em fugir do país em caso de derrota ou responder a bala para evitar a prisão, mesmo sendo a PM do Rio a mais letal do país. Mas tem em mente o destino atrás das grades de seus antecessores —Moreira Franco, Rosinha Garotinho, Anthony Garotinho, Sérgio Cabral, Luiz Fernando Pezão. A lista de chamada na penitenciária se completa com Eduardo Cunha, cacique fluminense atualmente em fuga para São Paulo.
Todos eles, à exceção de Moreira, estão
abraçados a Cláudio Castro em sua campanha eleitoral. Campanha que está abalada
depois do escândalo dos empregos secretos, uma variante tosca do arranjo do
orçamento secreto que firmou o pacto de Bolsonaro com o centrão no Congresso.
Revelado pelos repórteres Ruben Berta e
Igor Mello e já identificado pelo Ministério Público, o rachadão do governador
envolve a contratação de funcionários fantasmas para atuar na Fundação
Ceperj. Nos sete primeiros meses deste ano, 27.665 pessoas sacaram R$ 226,4
milhões, dinheiro em espécie que, segundo a investigação, era devolvido aos
cabeças do esquema. Suspenso após as denúncias, só o projeto Casa do
Trabalhador abrigava 9.000 cargos sigilosos.
Em tempos menos contaminados pelo bolsonarismo, Castro já teria renunciado à disputa nas urnas. Mas o buraco é profundo. E ainda conta com cavadas de quem deveria se esforçar para tapá-lo. Historicamente sem expressão no Rio, o PT de Lula não consegue se afinar com Marcelo Freixo, cuja candidatura anda (sem trocadilho) claudicando
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