quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Maria Cristina Fernandes - Bolsonaro não clareia incerteza sobre seu futuro

Valor Econômico

No curto pronunciamento no Palácio do Planalto, Bolsonaro foi tão dúbio que só conseguiu mesmo mostrar que vai infernizar a vida do país até seu último dia no poder

presidente Jair Bolsonaro tentou tirar as meias sem descalçar os sapatos, mas continua com uma bola de ferro amarrada nos seus pés que é a incerteza de seu futuro depois que deixar o Palácio do Planalto.

No curto pronunciamento no Palácio do Planalto, ele agradeceu os 58 milhões de votos e valeu-se dos movimentos de contestação ao resultado eleitoral que bloqueiam as estradas para se vitimizar, dizendo que os movimentos populares são “fruto de indignação popular e sentimento de injustiça”.

Só em seguida foi que ele disse que os métodos de seus apoiadores não podem ser os mesmos da esquerda, “não podem ameaçar o direito de ir e vir” ou “ameaçar o patrimônio”. “Somos pela ordem e pelo progresso”, concluiu antes de redobrar a homenagem aos seus apoiadores: “É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que defendem a liberdade econômica e religiosa”.

Bolsonaro agradece votos e diz que respeita Constituição

A única referência à sua derrota eleitoral veio na breve fala do ministro da Casa CivilCiro Nogueira, que disse ter sido autorizado pelo presidente a dar início ao processo de transição para o governo do “presidente Lula”.

Bolsonaro se comportou como o irmão caçula que puxa o cabelo do irmão mais velho, é obrigado pela mãe a se retratar e o faz de cara feia dizendo que foi o irmão que começou. Se pudesse, levaria este estado de mobilização nas estradas até o limite, mas está cada vez mais isolado. Já começa a perder o apoio do agronegócio pelas perdas provocadas com os bloqueios nas estradas.

Resolveu falar porque não consegue nem que os ministros do Supremo se dirijam até o Palácio, mas foi tão dúbio que só conseguiu mesmo mostrar que vai infernizar a vida do país até seu último dia no poder

Um comentário:

ADEMAR AMANCIO disse...

Bolsonaro continua quebrando o País,o certo seria o incumbente sair do comando no dia seguinte da eleição.