O Estado de S. Paulo
Com Bolsonaro fora e Lula cada vez mais distante, a renovação em 2026 é uma realidade
Não adianta tampar o sol com a peneira: o
presidente Lula é um homem forte e saudável para os seus 79 anos, mas não um
político com energia e vitalidade suficientes para disputar um quarto mandato
em 2026, o que faz ecoar, estridentemente, o alerta feito pelo uruguaio José
Mujica, ídolo das esquerdas sul-americanas: “Lula não tem substituto. Essa é a
desgraça do Brasil”.
Assim, Lula teve três boas notícias ontem: além da embolização ter sido “um sucesso”, segundo o dr. Roberto Kalil Filho, a pesquisa Quaest apurou que não apenas o próprio Lula, mas também o seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, venceriam todos os nomes já colocados como opções da direita, caso a eleição fosse hoje.
E mais: o ex-presidente Jair Bolsonaro, já
derrotado por Lula em 2022, está inelegível e respondendo a processos no
Supremo. Sabe-se lá onde estará em 2026. Ronaldo Caiado, governador bem
avaliado de Goiás, que obteve 88% de aprovação na mesma Quaest, também está
inelegível por decisão do TRE-GO.
Outros governadores e candidatos à direita
são Ratinho Júnior (PR), com 81% de aprovação no seu Estado, Romeu Zema (MG),
com 64%, e Tarcísio de Freitas (SP), 61%.
Mas essa é a avaliação interna nos Estados que governam. Fora deles, todos são ilustres desconhecidos. Mais de 44% dos mineiros, paranaenses, baianos e pernambucanos não sabem, por exemplo, quem é Tarcísio. Anteontem, a Quaest mostrou estabilidade na aprovação de Lula, mas com 61 % considerando o terceiro mandato pior do que os anteriores. E, no dia seguinte, eis Lula como capaz de derrotar todos os concorrentes da direita. Outra curiosidade é que tanto a principal alternativa a Lula, Haddad, quanto a opção a Bolsonaro, Tarcísio, não andam bem.
Haddad está às voltas com o mercado, que
considera os cortes de gastos insuficientes., com o PT e as esquerdas, que
acham excessivos para os mais pobres; com o Congresso, que pensa mais nas
emendas parlamentares do que no Brasil. Mas não é só. O salto de um ponto
porcentual nos juros, decidido pelo BC por unanimidade, mirou na inflação, mas
atingiu o ministro da Fazenda.
Já Tarcísio foi sucessivamente atingido por
vídeos perdidos, comprovando que sua política e o seu homem da segurança são um
desastre.
As duas maiores preocupações da população
são, justamente, economia e (falta de) segurança. Com Bolsonaro inelegível e
enrolado e Lula ainda disposto a concorrer, mas cada vez se distanciando da
intenção e das condições, convém aos candidatos à renovação priorizar essas
duas pautas.
3 comentários:
a melhor coisa que poderia acontecer para o Brasil seria uma eleição em 2026 sem Lula ou Bolsonaro...
Haddad está bem na pesquisa,Tarcísio é que pareceu fraco.
Concordo Contigo!
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