Fernando Rodrigues
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
BRASÍLIA - Poucos assuntos interessam menos ao conjunto dos brasileiros do que a sucessão para a presidência da Câmara e a do Senado. No universo paralelo da micropolítica, a história é bem outra.
Ontem, enquanto Barack Obama tomava posse em Washington, caciques partidários maquinavam freneticamente apoios e traições para a disputa do dia 2 de fevereiro.
Em política não se deve fazer previsões. "O problema do vaticínio é que depende do futuro" é o lema em Brasília. Não há, portanto, como saber o desfecho das eleições no Congresso. Mas há indicações de que o PMDB sairá um pouco mais rachado, mesmo essa sendo quase uma impossibilidade física para uma sigla já tão fragmentada.
De um lado, o grupo de senadores do PMDB comandados por Renan Calheiros e José Sarney. Do outro, os deputados peemedebistas sob a liderança de Michel Temer e de Geddel Vieira Lima. Em teoria, Sarney e Temer são os favoritos para ganhar as presidências do Senado e da Câmara, respectivamente. A vitória de ambos restabeleceria uma tradição no Congresso, com o partido dono das maiores bancadas ficando com o comando. Na prática, o quadro se torna muito mais complexo.
A entrada de Sarney na disputa parece ter acomodado as forças no Senado. Mas atrapalhou a empreitada de Michel Temer. Na Câmara prevalece uma certa aversão a respeito de dar o comando inteiro do Congresso para o PMDB.
Não que deputados nutram um sentimento elevado pela divisão de poder ou pela democracia. O problema é uma eventual vitória conjunta do PMDB na Câmara e no Senado reduzir a um só o guichê da fisiologia. Essa é a gênese do ambiente pantanoso na disputa atual.
Tudo somado, dada a esperteza geral, é real a chance de alguém ser engolido pela areia movediça do processo. Sarney ou Temer.
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
BRASÍLIA - Poucos assuntos interessam menos ao conjunto dos brasileiros do que a sucessão para a presidência da Câmara e a do Senado. No universo paralelo da micropolítica, a história é bem outra.
Ontem, enquanto Barack Obama tomava posse em Washington, caciques partidários maquinavam freneticamente apoios e traições para a disputa do dia 2 de fevereiro.
Em política não se deve fazer previsões. "O problema do vaticínio é que depende do futuro" é o lema em Brasília. Não há, portanto, como saber o desfecho das eleições no Congresso. Mas há indicações de que o PMDB sairá um pouco mais rachado, mesmo essa sendo quase uma impossibilidade física para uma sigla já tão fragmentada.
De um lado, o grupo de senadores do PMDB comandados por Renan Calheiros e José Sarney. Do outro, os deputados peemedebistas sob a liderança de Michel Temer e de Geddel Vieira Lima. Em teoria, Sarney e Temer são os favoritos para ganhar as presidências do Senado e da Câmara, respectivamente. A vitória de ambos restabeleceria uma tradição no Congresso, com o partido dono das maiores bancadas ficando com o comando. Na prática, o quadro se torna muito mais complexo.
A entrada de Sarney na disputa parece ter acomodado as forças no Senado. Mas atrapalhou a empreitada de Michel Temer. Na Câmara prevalece uma certa aversão a respeito de dar o comando inteiro do Congresso para o PMDB.
Não que deputados nutram um sentimento elevado pela divisão de poder ou pela democracia. O problema é uma eventual vitória conjunta do PMDB na Câmara e no Senado reduzir a um só o guichê da fisiologia. Essa é a gênese do ambiente pantanoso na disputa atual.
Tudo somado, dada a esperteza geral, é real a chance de alguém ser engolido pela areia movediça do processo. Sarney ou Temer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário