DEU NA FOLHA DE S. PAULO
SÃO PAULO - Tudo o que o governo não quer e mais teme é disputar a eleição contra uma chapa que tenha Aécio como vice de Serra. O governador de Minas é o primeiro a saber disso. E sabe também que daqui em diante será grande a pressão dos tucanos para que ele se convença a compor a chapa puro sangue.
Mas por que Minas Gerais parece tão importante no jogo que vai se armando para 2010? Primeiro, porque é o segundo maior colégio eleitoral do país. Reúne, hoje, mais de 14 milhões de eleitores, cerca de 11% do eleitorado nacional, mais ou menos a metade do que há em SP.
Nas últimas eleições, os mineiros não mostraram entusiasmo pelos tucanos paulistas que concorriam à Presidência. Em 2002, Serra teve no Estado 33,6% dos votos, contra 66,4% de Lula. Em 2006, Geraldo Alckmin terminou com 34,8% em Minas, contra 65,2% de Lula.
Nas duas ocasiões, disputando o governo, Aécio venceu ainda no primeiro turno -com 57,7% em 2002, com incríveis 77% em 2006. Prevaleceu o que se batizou de "Lulécio".
Agora, inclusive em razão de sua localização geográfica, Minas se torna uma metáfora física da divisão do país. Numa visão sem dúvida simplificadora, mas lastreada na realidade e de forte apelo simbólico, projeta-se uma disputa com vantagem da oposição tucana de São Paulo para baixo e com domínio do governo petista do Rio para cima. Minas seria o fiel da balança.
Sem Aécio na vice, os tucanos devem ter imensos dissabores na terra de Tancredo. Mas o raciocínio do mineiro sobre a mesma questão pode ser outro: se o PSDB derrotar Dilma, a vitória terá sido de Serra; se for batido, Aécio perde junto. Em troca de que, então, desperdiçar a vaga certa ao Senado e sacrificar a campanha ao governo de seu atual vice, Antonio Anastasia?
Serra terá que se lançar sem nenhuma garantia de que Aécio se juntará a ele. Mais: terá de enfrentar dos mineiros a reação que um taxista de Belo Horizonte resumiu assim: -São Paulo não quer deixar o Aécio ser nosso presidente...
SÃO PAULO - Tudo o que o governo não quer e mais teme é disputar a eleição contra uma chapa que tenha Aécio como vice de Serra. O governador de Minas é o primeiro a saber disso. E sabe também que daqui em diante será grande a pressão dos tucanos para que ele se convença a compor a chapa puro sangue.
Mas por que Minas Gerais parece tão importante no jogo que vai se armando para 2010? Primeiro, porque é o segundo maior colégio eleitoral do país. Reúne, hoje, mais de 14 milhões de eleitores, cerca de 11% do eleitorado nacional, mais ou menos a metade do que há em SP.
Nas últimas eleições, os mineiros não mostraram entusiasmo pelos tucanos paulistas que concorriam à Presidência. Em 2002, Serra teve no Estado 33,6% dos votos, contra 66,4% de Lula. Em 2006, Geraldo Alckmin terminou com 34,8% em Minas, contra 65,2% de Lula.
Nas duas ocasiões, disputando o governo, Aécio venceu ainda no primeiro turno -com 57,7% em 2002, com incríveis 77% em 2006. Prevaleceu o que se batizou de "Lulécio".
Agora, inclusive em razão de sua localização geográfica, Minas se torna uma metáfora física da divisão do país. Numa visão sem dúvida simplificadora, mas lastreada na realidade e de forte apelo simbólico, projeta-se uma disputa com vantagem da oposição tucana de São Paulo para baixo e com domínio do governo petista do Rio para cima. Minas seria o fiel da balança.
Sem Aécio na vice, os tucanos devem ter imensos dissabores na terra de Tancredo. Mas o raciocínio do mineiro sobre a mesma questão pode ser outro: se o PSDB derrotar Dilma, a vitória terá sido de Serra; se for batido, Aécio perde junto. Em troca de que, então, desperdiçar a vaga certa ao Senado e sacrificar a campanha ao governo de seu atual vice, Antonio Anastasia?
Serra terá que se lançar sem nenhuma garantia de que Aécio se juntará a ele. Mais: terá de enfrentar dos mineiros a reação que um taxista de Belo Horizonte resumiu assim: -São Paulo não quer deixar o Aécio ser nosso presidente...
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