“ Quem viveu no Chile de Allende, lembra da insistência do Partido Comunista na questão do crescimento produtivo a ponto de sair às ruas de Santiago empunhando a bandeira de luta “A ganhar a batalha da produção”. Aqueles comunistas liderados por Luiz Corvalán percebiam que o encaminhamento do processo reformista-democrático da Unidade Popular dependia da questão econômica. Para eles, vencer a batalha da produção tornava-se decisivo conquanto traria mais empregos, distribuição de renda e melhoria de vida dos chilenos. Notavam ainda que a resolução favorável da questão econômica impedia que o desabastecimento se convertesse em arma da conspiração golpista. Recordo que, nas ruas de Santiago, a palavra de ordem “A ganhar a batalha da produção” soava estranha ao clima de polarização ideológica que então se vivia no Chile. Veio-me essa lembrança ao ler na imprensa a recente declaração de Serra chamando-se de “Presidente da produção”. Aqui, nesta nossa outra circunstância, o grande empenho pelo crescimento econômico, custoso e que leva tempo, também é central. Se lá no Chile dividido ao meio pela radicalização, a consigna dos comunistas parecia estranha, aqui a “batalha da produção” brasileira é reconhecida como questão estratégica para termos um futuro próximo economicamente estável com mais oportunidades para todos. O difícil é convertê-la, na disputa eleitoral, em motivo convincente e mobilizador. “
Raimundo Santos, a propósito da declaração de José Serra á imprensa no dia 20/07/2010.
Um comentário:
Bacana, Raimundo.
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