O governo resolveu forçar uma redução mais rápida e acentuada dos preços dos combustíveis, para amenizar os índices de inflação. O ministro Edison Lobão (Minas e Energia) afirmou que o objetivo é obter queda de até 10% no caso da gasolina. Para isso, o governo usará a BR Distribuidora. A ideia é fazer com que a subsidiária da Petrobras repasse aos revendedores o produto a preços mais baixos o quanto antes. Como a empresa detém 38,8% do mercado de distribuição, isso poderia contribuir para uma queda generalizada dos preços. Segundo Lobão, a expectativa é que os demais distribuidores acompanhem o movimento da estatal. Na visão da federação de postos de combustíveis, a redução dos preços ocorreria naturalmente com o avanço da safra de cana ao longo do mês de maio.
Governo força queda nos preços de combustíveis para aliviar inflação
BR Distribuidora vai antecipar a redução aos revendedores, fazendo a gasolina e o etanol chegarem mais baratos aos postos o quanto antes
Andrea Jubé Vianna, Renato Andrade e Rui Nogueira
BRASÍLIA - Apesar da queda já verificada nos preços dos combustíveis, o Palácio do Planalto resolveu forçar uma redução mais rápida e mais acentuada, para amenizar os índices de inflação. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou ontem que o objetivo é derrubar em até 10% o valor da gasolina. Para isso, o governo usará a BR Distribuidora.
A ideia é fazer com que a subsidiária da Petrobrás repasse aos revendedores de combustíveis o produto a preços mais baixos o quanto antes. Como a empresa detém 38,8% do mercado de distribuição nacional, isso poderia contribuir para uma queda generalizada dos preços. Segundo Lobão, a expectativa é que os demais distribuidores acompanhem o movimento da estatal.
A rede de postos da BR também pode contribuir para que o governo consiga atingir seu objetivo. A estatal tem cerca de 7 mil unidades espalhadas pelo País - 30,9% do mercado de revenda de combustíveis. Ontem, ao sair de uma audiência no Congresso, Lobão disse que o governo atua para reduzir o preço do combustível entre "6% e 10%".
A decisão de acelerar o processo de queda dos preços partiu diretamente da presidente Dilma Rousseff, que tem mantido contatos diários com Lobão para monitorar a situação do mercado. Com o início da moagem da nova safra de cana, os preços do etanol e do álcool anidro - que é misturado à gasolina - começaram a baixar em algumas regiões do País na semana passada.
Em São Paulo, os preços caíram em R$ 0,20 para o litro do etanol e entre R$ 0,05 e R$ 0,08 para a gasolina. No interior do Estado, a queda foi ainda maior.
Insatisfeita com a demora no reflexo dessa queda nas bombas, Dilma determinou ao ministro de Minas e Energia que apertasse a BR Distribuidora para antecipar o repasse dos preços mais baixos. Para tomar essa decisão a presidente também levou em consideração o efeito que um anúncio de queda dos combustíveis terá sobre as expectativas de inflação, a preocupação mais iminente da equipe econômica neste momento.
Em reunião com Lobão, segunda-feira, Dilma avaliou que o governo está ganhando a batalha dos preços dos alimentos e estava na hora de ganhar a guerra dos preços da gasolina "pela simbologia" que o produto tem entre os consumidores. A presidente pediu "pressão aberta, sem movimentos subterrâneos", e mandou o Ministério da Justiça também atuar - o que já foi feito com a ação da Secretaria de Direito Econômico (SDE) sobre a BR Distribuidora.
Etanol. A Petrobrás não servirá apenas para resolver os problemas dos preços da gasolina. Na semana passada, o governo resolveu incentivar a estatal a elevar sua participação na produção de etanol para até 15% do mercado em quatro anos. Atualmente, a empresa responde por 5% do total produzido no País.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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