Partido tem projeto de candidatura à Presidência em 2018
BRASÍLIA - Em busca do que todos os partidos perseguem no momento - uma fórmula que os aproxime do que "as ruas" estão pedindo -, o PMDB promove um seminário com especialistas, em agosto, para começar a formatar um discurso próprio que o diferencie do PT no governo, alvo da maioria das críticas nas manifestações. O primeiro passo foi a nota da Executiva Nacional cobrando enxugamento da máquina, descentralização dos recursos e fim da reeleição. Além do debate, está em curso uma consulta interna sobre a manutenção ou não da aliança com o PT, e o próximo passo é definir bandeiras na tentativa de tirar do PMDB a pecha de fisiologista e adesista aos governos.
A ideia do seminário foi definida em reunião do vice-presidente Michel Temer com o ministro da Aviação Civil, Moreira Franco, na casa do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
O presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), diz que o partido precisa começar a se reaproximar das ruas, dos trabalhadores, das centrais sindicais e da sociedade, já que tem projeto de candidatura própria à Presidência da República em 2018.
- Vamos buscar um discurso em defesa de algumas bandeiras na área de Educação, Segurança, Saúde e direitos do trabalhador. Voltar ao que éramos antes, um movimento forte de vanguarda da sociedade. Como temos um projeto próprio em 2018, temos que buscar um discurso moderno - afirma Raupp.
- Temos que cunhar um discurso nacional e uma postura que dialogue com as ruas. Isso não é fácil, porque a prática política do PMDB não é assim - diz o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Eliseu Padilha.
- É o PMDB no divã , uma imersão para buscar ideias próprias e bandeiras. O PT não tem suas ideias próprias? Precisamos também ter as nossas. Se não coincidir, cada um fica com as suas, com ou sem aliança - resume o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ).
Consulta é questionada
Desde que estourou o movimento das ruas, Padilha e Temer estão desenvolvendo uma pesquisa interna - já foram ouvidos todos os deputados - sobre o impacto das manifestações, com uma pergunta direta: o PMDB deve continuar a aliança nacional com o PT? Segundo Padilha, a bancada na Câmara é majoritariamente pela manutenção da aliança.
Eduardo Cunha critica o método da entrevista ao vivo, dizendo ser coisa de "agente português", o que dificilmente resultaria em respostas sinceras:
- Essa consulta é mais para efeito de conhecer o pensamento do partido. Não deve ter nenhum efeito. Eu posso estar pensando em sair da aliança com o PT, mas vou dizer isso agora?
Fonte: O Globo
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