PMDB na encruzilhada
Na política, 2014 já chegou e o PMDB, embora diga que tem três opções, na verdade, adotou uma: fechar com a presidente Dilma Rousseff e liberar seu pessoal nos estados. Isso porque, passados 10 dias das eleições internas do PT, os peemedebistas não receberam uma sinalização em relação aos palanques que desejam. Ok, foi uma semana atípica em função das prisões do mensalão, com o PT dedicado a reagir. Mas a vida segue e é preciso cuidar de acertar os palanques, sob pena de comprometer a aliança pela reeleição de Dilma.
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Os estados mais complicados são mesmo Rio de Janeiro, Ceará e Bahia. Isso sem contar aqueles nos quais os dois partidos são adversários tradicionais, por exemplo, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Por falar na Bahia, o ex-deputado Geddel Vieira Lima telefonou. Queria dizer que não jantou com Aécio, mas confirmou que conversaram. “Conversei com Aécio, com Eduardo Campos, só não conversei com Dilma porque ela não me chamou”, contou. Os tucanos garantem que a conversa entre Aécio e Geddel foi pra lá de boa. Anúncios no PMDB da Bahia, entretanto, só mesmo no ano que vem. Depois do trio elétrico. Até lá, ele segue com vários caminhos. A propósito, as outras duas opções são o partido fechar 100% com Dilma ou abandoná-la de vez. Essas hipóteses estão descartadas hoje.
Missão política
Dilma aproveitou a viagem ao Ceará ontem para tentar unir o PMDB, do senador e líder da bancada, Eunício Oliveira, e o Pros, dos irmãos Cid e Ciro Gomes. O problema é que o governador não abre mão de indicar alguém da sua lavra para a sucessão estadual. Ou seja, nessa viagem de ontem, essa obra continuou inacabada.
Prazo fatal
Enquanto o governador do Ceará, Cid Gomes, adia ao máximo as definições sobre 2014, o comando nacional do PSDB promete esperar até 30 de janeiro por Eunício no papel de candidato a governador e anfitrião do candidato a presidente da República Aécio Neves no estado. Se não houver decisão até lá, o PSDB fará um palanque em parceria com o PSB, do empresário Nicole Barbosa. Tasso Jereissati concorrerá ao Senado.
Peça importante
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, passou os últimos dias telefonando aos congressistas para saber a quantas anda o Plano Nacional de Educação (PNE). O projeto dele é ver essa lei aprovada antes de deixar o cargo. Assim, seus aliados acreditam que ele terá duas marcas: a alfabetização na idade certa e o novo PNE.
Diferenças sutis
A prisão dos réus do mensalão é comentada por Aécio Neves, com destaque para o fato de três quartos dos ministros do Supremo Tribunal Federal serem indicados por Dilma e Lula. É o contraponto ao discurso do PT, que tenta transformar a condenação em perseguição política. O socialista Eduardo Campos deu apenas uma declaração no início e, depois, tirou essa história de foco.
Público interno/ Ao chamar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de “Enrolando Cardozo”, a presidente da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (foto), fazia, na verdade, um gesto interno. Na Frente Parlamentar da Agricultura, há quem diga que a senadora fala, mas sempre termina votando com o governo.
O jeitoso/ Mal o deputado estadual paulista Barros Munhoz pisou em Minas Gerais, recebeu um telefonema de Aécio Neves. O senador queria saber se ele precisava de algum apoio nas Alterosas. Munhoz, conhecido como serrista, voltou para seu estado e comentou com amigos: “Ele terá meu voto, se tiver disputa”.
Nas internas…/ O ex-ministro e ex-presidente do PT José Dirceu cumpre pena com a certeza de que, se seu partido tivesse reagido antes, a história seria outra.
Voto togado/ Ferve a campanha para escolha do presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a mais importante entidade de representação da categoria, com cerca de 14 mil associados. A disputa entre o candidato da situação, o paranaense Roberto Bacellar, e a oposição, liderada pelo gaúcho João Ricardo Costa, chega à reta final com os dois lados cantando vitória. Hoje, teremos o vencedor.
Fonte: Correio Braziliense
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